Os munícipes da cidade de Tete que vivem nos bairros do interior quase que estão proibidos de adquirir viaturas, porque não existem estradas que lhes permitam chegar a casa, devido a problemas graves de urbanização.
Ter uma viatura e viver num bairro como “Samora Machel”, Chindgozi ou “Sansão Muthemba” tornou-se uma autêntica dor de cabeça. Não é possível chegar à sua residência com uma viatura. Os munícipes são obrigados a arranjar um local para poderem guardar as suas viaturas. Normalmente esses locais cobram. Mas tudo acontece devido à falta de urbanização dos bairros, aquando da distribuição dos talhões. Praticamente não existem estradas. Existem pequenas picadas pelas quais só é possível movimentar-se a pé, de mota ou de bicicleta. A situação mais preocupante acontece quando uma família tem alguém doente, que precisa duma ambulância para transportar o doente para o hospital.
Os doentes são carregados nas mãos até à estrada. “Aqui passamos muito mal, quando alguém cai doente, temos que transportar o doente nas mãos, até ao local onde está estacionada a viatura, porque aqui não pode chegar. O município assistiu a estas construções desordenadas e nada fez”, conta Cristina António.
A par deste problema de urbanização está o mau serviço de recolha de lixo. O lixo é lançado nas picadas que servem de passagem e, quando chove, instala-se o caos.
Vereador da área de urbanização no Conselho Municipal de Tete reconhece os problemas
O vereador para a área de urbanização no Conselho Municipal de Tete, Bruno Bene, reconheceu o drama que os munícipes dos bairros do interior vivem, tendo afirmado que a actual distribuição de talhões obedece a regras que pretendem evitar a actual situação nos bairros que foram parcelados sem urbanização. “Estamos a atribuir hoje, no Conselho Municipal, terrenos num sistema informatizado. Estamos a fazer tudo para que isso não se repita nos novos bairros com expansão ainda em curso”, esclareceu Bruno Bene.