Sociedade Criminalidade Tribunal ordena soltura do comandante de Massingir

Tribunal ordena soltura do comandante de Massingir

Um juiz de instrução criminal no Tribunal Judicial da Cidade de Xai-Xai, província de Gaza, ordenou, na passada sexta-feira, a soltura do comandante distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM de Massingir, detido na manhã da terça-feira da semana passada por envolvimento em caça furtiva de rinocerontes do Parque do Limpopo, mediante o pagamento de uma fiança (caução) de 30.000 meticais (trinta mil meticais).

Para além do comandante distrital da PRM em Massingir, o porta-voz do Comando Provincial da Polícia em Gaza, Jeremias Langa, deu a conhecer ao Canalmoz que o mesmo juiz ordenou igualmente que seja restituído à liberdade condicional, mediante o pagamento de 30 mil meticais, o chefe da Brigada Distrital da Polícia de Trânsito, que se fez também presente ao tribunal, após ter sido preso na semana passada em conexão com o mesmo caso de caça furtiva.

A ordem judicial de soltura condicional dos dois oficiais foi anunciada momentos depois do mesmo tribunal ter legalizado a sua prisão.

Paradoxalmente, o mesmo juiz de instrução criminal recusou a caução para pôr em liberdade condicional o chefe das operações no Comando Provincial da PRM, detido em conexão com o mesmo caso, por suspeita de ser o cabecilha do grupo dos sete oficiais presos por envolvimento em caça furtiva, devendo, por isso, esperar o julgamento em cárcere.

Anteriormente, ainda de acordo com a mesma fonte, o juiz de instrução criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Xai-Xai tinha legalizado a prisão dos cinco agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) dentre os quais três oficiais e dois sargentos detidos na semana antepassada na província de Gaza por indiciação de apropriação ilícita de cornos de rinocerontes.

Mas depois anunciava que dos cinco agentes detidos por envolvimento em caça furtiva, quatro iam em liberdade condicional mediante o pagamento de uma caução de 30 mil meticais cada, devendo permanecer em cárcere um agente.

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O comandante distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Massingir tinha sido detido na manhã do dia 28 de Janeiro, indiciado de estar envolvido em caça furtiva no Parque do Limpopo, enquanto no dia 24 de Janeiro havia sido igualmente detido, em conexão com o mesmo caso, o chefe da Brigada Distrital da Polícia de Trânsito no distrito de Massingir, elevando de cinco para sete o número de oficiais presos por envolvimento na caça furtiva.

Dentre outros oficiais da Polícia de referência que se beneficiaram da ordem do juiz para gozarem de liberdade condicional mediante o pagamento de 30 mil meticais, está o chefe das operações da 1ª Esquadra da PRM em Xai-Xai, oficial superior da Polícia.

Os agentes foram indiciados de terem neutralizado um grupo de caçadores furtivos do qual arrancaram os referidos cornos que posteriormente venderam e dividiram entre si o dinheiro.

Na versão da Polícia, os agentes que trabalham na cidade de Xai-Xai tiveram, através dos seus colegas de Massingir, informações da existência de um grupo de caçadores furtivos no Parque Nacional do Limpopo.

Na circunstância, segundo apurou o Canalmoz, os três oficiais e dois sargentos teriam empreendido uma viagem a Massingir, onde – na companhia do comandante distrital local e do chefe da brigada de trânsito – teriam feito uma emboscada aos caçadores, o que culminou com a recuperação de cornos. Os caçadores puseram-se em fuga.

A viagem a Massingir, e consequente emboscada aos “furtivos”, aconteceu no dia 16 de Dezembro, tendo o Comando Provincial da PRM tomado conhecimento no dia seguinte, 17 de Dezembro, ao que se seguiram as investigações para apurar a veracidade dos factos que determinaram com a detenção daqueles oficiais agora em liberdade.