Alguns funcionários desonestos dos bancos têm estado a colaborar com os raptores, que tem estado a sequestrar pessoas, particularmente nas cidades de Maputo e Matola para exigir resgate.
Segundo Pedro Cossa, porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), que falava ontem no habitual briefing semanal à imprensa, os sequestros ocorridos nos últimos tempos contam com a colaboração de alguns funcionários bancários. Estes, como disse, facultam informação detalhada sobre o montante existente nas contas das vítimas e de familiares, daí que os raptores fazem uma prévia selecção das vítimas e fixam valores para o resgate que têm plena certeza de que os visados dispõem.
Entretanto, o porta-voz lembrou que a corporação esteve reunida há dias com os responsáveis dos bancos para os informar sobre o envolvimento de alguns funcionários do sector nos casos de rapto. Na ocasião, exigiram vigilância dos mesmos e colaboração dos bancos, denunciando tais indivíduos às autoridades policiais.
Cossa afirmou também que a Polícia reuniu com os responsáveis das telefonias móveis que operam no país para reforçar as medidas de identificação dos clientes porque os raptores têm usado cartões não registados ou com registo falso para contactar os familiares das vítimas a fim de obterem resgate, o que dificulta a identificação e localização dos criminosos.
Reagindo ao sequestro e assassinato de um menor na cidade da Beira, Sofala, Cossa disse que algumas conversas no processo de negociação e denúncia que os familiares da vítimas fazem à Polícia, pedindo ajuda estão a ser acompanhadas pelos bandidos por circuitos que disse desconhecer. Cossa não descartou a hipótese da existência de agentes da Polícia implicados no fenómeno.
A fonte comentou igualmente à condenação dos três polícias por envolvimento em casos de rapto na cidade de Maputo, afirmando que a pena de 16 anos de prisão aplicada aos réus é justa e exemplar para os demais membros da corporação que pensarem em participar em tais actos.