Economia Agricultura Produtores no Baixo Limpopo aguardam boa colheita de milho

Produtores no Baixo Limpopo aguardam boa colheita de milho

Aquela produção será colhida mais de três mil hectares, onde os produtores, em número superior a oito mil famílias, estão organizados em sete casas agrárias no regadio do Baixo Limpopo, tirando vantagens da assistência técnica proporcionada pelas autoridades, contando com a solidariedade de outros parceiros.

Para além do “boom” que se espera em breve na produção de milho, os camponeses daquele regadio estão igualmente a ter sucessos na presente temporada noutras culturas como hortícolas, feijão-nhemba e batata -reno.

A nossa Reportagem que esteve há dias no regadio do Baixo Limpopo constatou o movimento desusado de gente oriunda de diversos pontos de Gaza e não só, tentando em Inhamissa, Nhocoene, Chongoene, Nhacutse, Poimbo, Siaia, a oportunidade de junto dos produtores de hortícolas e de milho obter algo para a alimentação no mercado local.

Como consequência da alta de produção, os preços para a satisfação do consumidor estão baixar de forma continuada, reflexo da resposta dada à crise instalada pelas cheias, caracterizada particularmente pela disponibilização pontual de sementes, visando o relançamento das actividades depois daquela tragédia natural.

Na nossa deslocação ao regadio a nossa Reportagem escalou igualmente a zona agrícola de Nhampodzoene, onde teve a oportunidade de conversar com o agricultor Salomão Langa, responsável local pela casa agrária, onde se trabalha numa área de mais de 900 hectares, que nos disse que apesar dos estragos causados pelas cheias, não só nos campos agrícolas como nas infra-estruturas de rega, vias de acesso, pontes, actualmente se pode declarar sucesso porque os campos apresentam um aspecto bastante encorajador.

“Não poderia de modo nenhum deixar de enaltecer o papel demonstrado pelo Governo através da empresa Regadio do Baixo Limpopo, porque em tempo útil soube colocar junto dos produtores os apoios necessários para nos refazermos da tragédia provocada pelas cheias, desde a assistência na preparação das terras, disponibilização de sementes e fertilizantes, e reabilitação do regadio, pois estes resultados não teriam sido possíveis”, disse Salomão Langa.

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A nossa fonte destacou igualmente a contribuição dada pelas diversas organizações não-governamentais nacionais e estrangeiras, que souberam se associar ao momento triste e de desespero a que estavam sujeitos, prestando assistência multiforme para que a actividade agrícola fosse relançada.

Por seu turno, Quinada Mahandjane, uma camponesa, referiu-se contudo à necessidade de se encontrar alternativas para o combate às pragas que estão a provocar prejuízos particularmente na produção hortícola, um assunto já reportado às autoridades competentes, mas que até ao momento ainda não houve resposta que satisfaça os camponeses.

Informações em nosso poder prestadas pelos gestores da Empresa Regadio do Baixo Limpopo (RBL) dão conta que para se dar a necessária resposta aos problemas criados pelas cheias, foi importante reprogramar as actividades nas infra-estruturas de rega para a presente temporada agrícola, direccionando os seus orçamentos para a aquisição de meios, tais como tractores, moto-bombas, bem como ao trabalho de desassoreamento de valas, nivelamento de terras, facto que permitiu os excelentes resultados que estão em vista.

Por outro lado, a empresa RBL continua na busca de respostas para que os camponeses não sejam prejudicados face à super-produção que se regista no tocante ao milho e hortícolas, daí que no pacote garantido pelo BAD estar prevista a criação de capacidades no que diz respeito ao agro-processamento.

Para a materialização desse objectivo está prevista a contratação de provedores de serviços, cuja intervenção deverá surtir o impacto desejado apenas a partir da próxima campanha agrícola.