Economia Agricultura Camponeses queixam-se ao PR de preços baixos

Camponeses queixam-se ao PR de preços baixos

Esta inquietação foi manifestada ontem pela população ao Chefe do Estado durante um comício popular realizado no âmbito da presidência aberta que Armando Guebuza realiza à Zambézia e que termina hoje.

Na ocasião, os produtores, convidados pelo estadista, em número de dez, para falarem dos seus problemas, afirmaram que os camponeses não têm a capacidade de estipular o preço dos seus excedentes, limitando-se a entregá-los, de acordo com os valores definidos pelo comprador.

O posto administrativo de Mulela teve, na campanha agrícola 2011/2012, uma produção agrícola de 63.818 toneladas de produtos diversos, o que corresponde a um crescimento de 5.4 pontos percentuais em relação à safra anterior.

Destes produtos, destaque vai para culturas alimentares, como milho, mapira, arroz, leguminosas e tubérculos.

Para além desta dificuldade, constitui, igualmente, preocupação dos habitantes de Mulela o alargamento da rede sanitária, como seria a construção de uma maternidade na sede do posto e de um hospital rural que possa atender a varias situações de doenças, com maior acuidade para a hérnia, enfermidade que é frequente na região.

No rol das preocupações que o Presidente classificou-as como o reflexo dos problemas que os moçambicanos, no geral, estão a viver, consta ainda o alargamento da rede do sistema de abastecimento de água potável, desemprego, burocracia, reabilitação e/ou construção de estradas e pontes, para além de colocação de um estabelecimento de ensino secundário do segundo grau, e por que não, de uma universidade.

Comentado, Guebuza disse serem questões que resultam do desenvolvimento que o país está a registar hoje.

Na mesma perspectiva, disse que o Governo está determinado a combater a pobreza e que nesta caminhada há ganhos a registar. Falou, por exemplo, da existência de escolas até ao nível secundário do primeiro grau, situação que não se verificava há cinco/seis anos atrás; referiu-se à existência de telefonia móvel, que permite a comunicação entre os moçambicanos; falou da abertura de cada vez mais furos de água potável, do acesso a cada vez melhor vestuário por parte da população, entre outras realizações.

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“Contudo, ainda há moçambicanos que não conseguiram ter tudo o que precisam. Isso ainda é pobreza. É pobreza não ter água potável; é pobreza não ter casa adequada para viver; é pobreza não ter escolas suficientes; é pobreza não ter trabalho na machamba, na pesca; é, também, pobreza não ter energia eléctrica”, elucidou o Presidente.

De acordo com o Chefe do Estado, para que país tenha sucesso na luta contra este mal social é necessário que os moçambicanos se mantenham unidos, preservem a paz e promovam o diálogo.

Assim, voltou a referir-se à importância de cada um destes elementos, que, segundo sublinhou, constituem peças fundamentais para o sucesso da luta contra a pobreza.

“Com a paz, unidade nacional e permanente diálogo poderemos, daqui a alguns anos, falar da pobreza como um assunto que nos afectou no passado. Se calhar nós não iremos viver essa fase, mas os nossos filhos poderão viver outra realidade. Eles poderão ter energia eléctrica, telefones celulares, boa roupa, boas estradas, andar de bicicleta, de motorizada e até de carro”, vaticinou.

Armado Guebuza termina hoje, no distrito de Milange, a presidência aberta de cinco dias que efectuou à Zambézia. De Milange, o Chefe do Estado segue para Mutarara, na província de Tete, onde, também vai trabalhar durante cinco dias, num programa em que consta ainda a homenagem, naquele ponto, ao herói nacional, Francisco Mayanga.

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