O director do Serviço Distrital das Actividades Económicas (SDAE), Carlos Coimbra, que nos revelou esta informação, explicou que neste momento decorrem acções de sensibilização das comunidades de forma a dissuadi-las da venda de todos os excedentes sob o risco de enfrentarem a fome até Dezembro próximo.
Paralelamente a isso e embora seja difícil, as autoridades locais também estão a dissuadir os compradores para que deixem de aliciar os camponeses através de melhores preços porque isso pode leva-los à fome caso vendam todos os remanescentes.
Disse que a venda de excedentes agrícolas, particularmente milho e mapira, tem sido estimulada pelos preços actualmente praticados pelos intervenientes na comercialização, maioritariamente revendedores ambulantes oriundos de vários pontos do país com incidência para a região sul.
Depois de ter chegado a ser vendido por 75 meticais antes das colheitas, actualmente um recipiente (galão) de cinco quilos custa 25 meticais devido a fartura que existe, podendo, doravante, sobretudo à medida que os cereais vão escasseando, voltar subir de preço.
‘’A campanha agrícola finda (2012/2013) foi bastante positiva em termos de resultados comparativamente a anterior (2011/2012) e isso fez com que muitos intervenientes da comercialização, sobretudo ambulantes, colocassem Marínguè como uma das rotas preferidas para o seu negocio’’- disse Coimbra.
Apesar dessa situação, o director do SDAE disse que a sensibilização que está sendo feita aos camponeses visa garantir que não vendam tudo para que a segurança alimentar continue garantida até a próxima campanha.
Fora disso, foram construídos 56 celeiros melhorados do tipo Gorongosa para a conservação dos cereais os quais deverão ser abastecidos pelos próprios camponeses o que vai ainda alargar as capacidades de armazenamento de alimentos, que serão utilizados na época de escassez.
‘’A nossa intenção é de garantir que não haja bolsas de fome no distrito tal como aconteceu nas campanhas anteriores, sobretudo devido a estiagem que assolou a região. Contudo, estamos a trabalhar para que os celeiros construídos possam ser atempadamente abastecidos para que a segurança alimentar continue a ser garantida’’- afirmou Carlos Coimbra.
António Janeiro – Noticias