Assaltos a residências, estabelecimentos comerciais, violações sexuais de mulheres, roubos de viaturas e agressões físicas na via pública constituem as acções criminosas mais frequentes.
Informações em nosso poder indicam que, por semana, pelo menos cinco mulheres são violadas por indivíduos desconhecidos na via pública e igual número de residências assaltadas pelos bandidos.
Residentes entrevistados pela nossa Reportagem foram unânimes em afirmar que não podem transitar por algumas ruas, a partir das 19 horas, devido à acção dos malfeitores.
Constantino Alfredo, uma das vítimas, conta que os criminosos arrombaram os portões da sua casa, introduziram-se no quintal e ameaçaram todos que lá se encontravam já a dormir, exigindo-lhes dinheiro.
Disse ter sido submetido a sevícias ao ponto de se render aos bandidos, dando-lhes dez mil meticais guardados em casa e forçado a ir, na companhia de parte do grupo assaltante e sob advertência para não abrir a boca, até à sua viatura que estava no parque, localizado no recinto do posto policial de Ndlavela. Do carro retiraram cerca de 120 mil meticais, valor que esperava depositar no banco dia seguinte.
“Eram dez indivíduos, todos encapuzados. Não aguentei com a tortura e fui obrigado a entregar o dinheiro”, disse Alfredo, que afirmou não desconfiar ainda de possível fuga de informação sobre a existência daqueles valores monetários. Para além do dinheiro, os bandidos apoderaram-se dos presentes ainda não abertos que o homem recebera no seu casamento.
“Foi uma situação triste. Sofri muito. Fui amarado e espancado, num cenário que se prolongou por uma hora. Estranhamente, os bandidos foram buscar outro dinheiro no meu carro no parque, onde há agentes da lei e ordem”, sublinhou Alfredo.
F. Rafael também foi vítima de assalto na sua residência, onde os meliantes, com recurso a instrumentos contundentes, ameaçaram a sua família, apoderaram-se de diversos bens de uso doméstico e violaram a sua filha.
“É a segunda vez que sofro assalto em menos de um ano. Desta vez, os bandidos introduziram-se na minha casa, ameaçaram-nos, enquanto retiravam os bens, para depois violarem a minha filha”, contou visivelmente transtornado.
A estes actos criminosos não escapou um casal que pediu anonimato, cuja residência se localiza no quarteirão dois do bairro de Ndlavela. Aqui, os larápios arrombaram as portas da casa, ameaçaram a família com arma e outros objectos contundentes e exigiram dinheiro e cartões de banco.
Contaram as vítimas que, depois de torturas, os “amigos do alheio” conseguiram levar algum dinheiro, cinco cartões de banco, duas viaturas e diversos bens de uso doméstico e peças de vestuário.
Acto contínuo, introduziram-se numa quarta casa onde roubaram igualmente diversos bens e violaram uma empregada que se encontrava a dormir, pondo-se de seguida em fuga.
Jornal Noticias