Sociedade Saúde Mais de 20% da população padecem de hérnia e elefantíase

Mais de 20% da população padecem de hérnia e elefantíase

Os doentes dizem que não têm condições para se deslocarem ao hospital de referência da província para se submeterem à intervenção cirúrgica.
Mais de 20% da população do distrito de Chinde na Zambézia padece de hérnia e elefantíase. Os doentes dizem que não têm condições para se deslocarem ao hospital de referência da província, para se submeterem a intervenção cirúrgica.

A nossa reportagem deslocou-se àquele distrito, que conta com um total de 121 173 habitantes, e constatou a existência de muitos jovens e idosos padecendo destas enfermidades.

Chinde é um distrito localizado a sul da Zambézia. Um pouco por todas as localidades do distrito, é possível ver pessoas padecendo destas doenças há vários anos e que nunca tiveram uma consulta médica nem exames, para a solução do problema. é, na verdade, uma situação lamentável, pois parte da população que dialogou com a nossa reportagem mostrou interesse nesse sentido, mas, devido a dificuldades financeiras, aliadas à pobreza, as pessoas estão sujeitas a conviver com aquelas doenças.

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Mais de 20% da população padecem de hérnia e elefantíase

Elefantíase é uma doença provocada por um micro-organismo chamado “wucheriria bancrofit”. Afecta mais os membros inferiores, escroto e mamas, deixando-as inchadas, enquanto a hérnia é uma doença que atinge homens e mulheres, quando há um enfraquecimento na parte abdominal. Dos vários tipos de hérnia, destacam-se a escrotal, inguinal e umbilical.

Semana finda, o nosso matutino escalou a ilha salia, no distrito de chinde, com uma população estimada em 9.430 habitantes. A situação é igualmente dramática, tal como na vila-sede do distrito. Em termos de infra-estruturas, salia é uma ilha que dispõe apenas de um posto de saúde, composto por dois técnicos de saúde e um servente.

A população daquela ilha dedica-se apenas a duas actividades: agricultura e pesca para a sua subsistência. Grande parte dos homens interpelados pela nossa reportagem vive com hérnia e elefantíase há várias décadas, dificultando cada vez mais as suas vidas.