Para o efeito, o Conselho de Ministros aprovou, ontem o segundo Plano Director do Caju com o horizonte de dez anos (2013/2023) que traça estratégias e acções concertadas para assegurar o desenvolvimento e bem estar da população que tem a sua actividade ligada ao sector do caju.
O vice-ministro da agricultura, António Limbau, disse a propósito que o plano director número um permitiu o desenvolvimento de quatro variedades para o melhoramento da produção para além de ter induzido o aumento do processamento interno da castanha com uma concentração das unidades na região centro e norte do país.
Neste momento o país processa 30 mil toneladas de castanha estando em primeiro lugar em África.
O instrumento aprovado ontem visa o aumento da produção de mudas das actuais 2.7 milhões de plantas para 4.6 milhões nos próximos dez anos e passar dos 4.8 milhões de cajueiros para cinco milhões de unidades pulverizadas para melhorar o nível de produtividade.
Neste momento, segundo Limbau, a produtividade por planta situa-se em cinco quilogramas e pretende-se passar para uma média de doze quilos nos termos do plano ora aprovado.
Pretende-se, igualmente, melhorar a qualidade da castanha, que é definida pelo preenchimento da castanha em si, da cor e tamanho, que são componentes importantes para o processamento interno como também para a exportação.
De acordo com Limbau, pretende-se ainda investir na revitalização da indústria nacional que dum processamento actual de 30 mil toneladas de castanha por ano deverá avançar para cem mil toneladas anuais.
“Também queremos aumentar os níveis de produção das 112 mil toneladas de 2011 para 182 mil toneladas assim que terminarmos o nosso plano director. Queremos revitalizar a indústria de produção de caju, processar mais castanha, continuar com a investigação encontrando as melhores variedades com melhor produtividade, aumentar as divisas e a contribuição da castanha na exportação”, disse.
Neste momento a taxa de exportação da castanha está fixada em 18 por cento, esperando-se que este aumento da produção venha a contribuir para a balança de pagamentos do país.
Este plano vem dar corpo ao plano estratégico do sector agrário para o qual se espera para breve a realização duma conferência de investidores.
Dentre vários impactos, o crescimento no sector irá aumentar o número de pessoas com emprego na indústria de processamento do caju, podendo passar dos actuais oito mil trabalhadores para mais de 35 mil.
Este plano constitui um esforço visando reerguer a produção e processamento de caju em Moçambique. Na década de 1970, o país chegou a ser o maior produtor de castanha de caju ao nível mundial, ao atingir uma comercialização recorde de mais de 200 mil toneladas.
Contudo, a produção nacional foi regredindo ao longo do tempo devido a vários factores, incluindo a guerra dos 16 anos que tornou difícil o tratamento dos cajueiros, a prevalência de pragas, envelhecimento das árvores e falta da sua reposição.
Estes factores associados ao seguimento das imposições do Banco Mundial de exportação da castanha em bruto resultaram no colapso quase total da indústria nacional, empurrando-se milhares de trabalhadores ao desemprego.