O nosso entrevistado disse ainda que ao implementar esse projecto o Executivo pretende reduzir a vulnerabilidade social dos residentes no Vale do Zambeze devido aos efeitos combinados de cheias e secas, que destruíam as fontes de rendimentos da população.
Joaquim Labiano acrescentou que no distrito de Mopeia, por exemplo, aquele projecto está a trabalhar com um total de 104 associações agrícolas na disseminação de tecnologias para melhorar o amanho da terra e assistência técnica para obtenção de melhores resultados por hectare.
A nossa fonte indicou que fruto da disseminação de técnicas agrícolas como melhor preparo da terra, uso da tracção animal e maior agressividade da rede de extensão rural os rendimentos por hectare subiram de 1.9 toneladas para 3.9 toneladas por hectare. O outro aspecto fundamental referido por Labiano tem a ver com a contratação de um provedor de prestação de serviços agrários.
Os produtores receberam gado bovino para a tracção animal. Fazem parte deste lote, uma charrua e um atrelado. Os animais estão a ser treinados para na segunda época da presente campanha agrícola 2012/2013 entrarem no campo para iniciar com as lavouras. Os beneficiários, segundo explicou Joaquim Labiano, podem ajudar outros produtores.
“É preciso referir que quando falamos de associações, não estamos a dizer machambas colectivas. São machambas em blocos e cada uma tem a sua porção e isso facilita a assistência do que numa situação de estarem a produzir de forma dispersa”, disse o coordenador do Projecto de Apoio Aos Pequenos Produtores Orientados para o Mercado.
As perdas pós-colheitas devido a má conservação dos cereais, colheitas antes da maturação e exposição ao clima são enormes. Para contornar o problema, acabam de ser construídos 120 celeiros tipo Gorongosa. Cada celeiro tem a capacidade de conservar durante um ano e meio uma tonelada de cereais.
Muitos produtores estão sensibilizados para a necessidade de aderirem à iniciativa, o que poderá facilitar a conservação dos cereais e comercialização em melhor momento. Devido à falta de conservação mais adequada, os produtores viam-se na contingência de comercializar os seus excedentes o mais rápido possível para evitar que se deteriorassem.