Sociedade Educação MINED mexe nos cursos do ensino superior apostando na pertinência

MINED mexe nos cursos do ensino superior apostando na pertinência

As instituições do ensino superior estão a ser orientadas pelo Ministério da Educação no sentido de alinharem os currículos de formação com o nível actual de desenvolvimento que o país está a seguir.

MINED mexe nos cursos do ensino superior apostando na pertinência

Para o efeito, segundo Arlindo Chilundo, Vice-Ministro da Educação, este ano o MINED começou com um movimento de sensibilização não só a nível das instituições de ensino superior, mas também ao nível comunitário, da necessidade de se verificar a qualidade e a relevância do ensino superior. As áreas de engenharias, ciências biomédicas e exactas são apontadas como sendo estratégicas e relevantes para o desenvolvimento do país, tendo em conta a actual situação que o país atravessa da descoberta de recursos naturais.

`As instituições de ensino superior são convidadas a optar mais cursos neste sentido. Os cursos administrados têm que ter relevância e estejam ligados a desafios que, neste momento, o país está a enfrentar. Nós queremos que haja mais cidadãos a formarem-se em áreas estratégicas que possam alavancar o desenvolvimento do país. Também queremos que esses cursos tenham qualidade. Esse binómio qualidade e relevância continuará a actuar nos próximos tempos, dai que apostamos num ensino de qualidade, mas por si só não é suficiente´ disse.

Chilundo apontou ainda que houve um encontro com o Conselho de Reitores, que incorpora todas instituições de ensino superior, no sentido de os pôr a corrente desta necessidade, tendo todos eles manifestado a necessidade de se rever a Lei do ensino superior, duma forma compreensiva porque tem algumas lacunas. Assim, ao que explicou, o sector tem este grande desafio de rever a lei para que fique mais equilibrada e ajustada ao momento.

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`Uma das lacunas que a lei actual apresenta tem a ver com o facto de existir três ciclos de formação. Não há consenso, por exemplo, da não existência de outros graus académicos durante o mestrado e o doutoramento. Como MINED temos estado a reconhecer os bacharelatos que são feitos fora de Moçambique e, provavelmente, precisamos desses graus académicos. Temos os nossos politécnicos e não precisam necessariamente de fazer a licenciatura. Poderemos ter bacharéis com competência e que possam responder as necessidades do mercado. Há outras questões que precisam ser revistas porque, na verdade, o que nós queremos é estar inseridos na região e não ficar fora dela, para que não olhem para nós com dúvidas relativamente aos graus académicos´explicou.

Entretanto, no que tange a expansão do ensino superior, Arlindo Chilundo disse pretender-se uma expansão responsável e não a qualquer preço, todo com qualidade. Foi ai que o decreto 48/2010 sobre o licenciamento e funcionamento das instituições de ensino superior foi criado com indicadores muito rigorosos para que não surjam instituições sem condições nenhumas de aprendizagem.

`As instituições tem que ter instalações próprias e docentes qualificados. Às que já existiam tem cinco anos para se conformar com espírito e letra desse decreto. É necessário investir muito em infra-estruturas académicas, salas de aulas, laboratórios e equipamentos necessários para o processo de ensino e aprendizagem e bibliotecas. A partir de 2015 o Governo não mais vai tolerar que elas funcionem sem condições´ afirmou Chilundo.