“Temos muitos parceiros que trabalham em prol da erradicação do analfabetismo Mas, infelizmente, cada um faz a sua maneira, sem que haja uma acção combinada. Com a criação do fundo, passaremos a ter um mecanismo flexível nas nossas acções, bem como iremos melhorar a qualidade e relevância de programas de alfabetização e educação não formal, aumentar as oportunidades de oferta através de financiamento de actividades e programas de alfabetização” – explicou Jone.
Contudo, o ministro da Educação disse que a materialização deste projecto conta muito com o apoio e participação crescente dos parceiros das empresas públicas e privadas. Sem revelar o montante de que disporá o Fundo Nacional de Alfabetização para o seu funcionamento, o que só poderá acontecer depois de aprovado pelo Conselho de Ministros, Augusto Jone explicou que o mesmo irá contar com outras doacções dos parceiros do MINED e com três por cento do Orçamento do Estado ou quaisquer outras receitas que vierem a ser consignadas pelo Governo para combater o analfabetismo, que neste momento situa-se em 43,9 por cento a nível nacional.
O Fundo Nacional de Alfabetização irá funcionar com um conselho de administração, órgãos executivos que compreendem departamentos e repartições. O mesmo deverá ser composto por sete membros a saber: presidente, dois vogais do Governo em representação dos Ministérios da Educação e das Finanças, quatro vogais em representação dos parceiros, das empresas públicas e privadas e sociedade civil.
Na ocasião, a Primeira Dama da República de Moçambique, Maria da Luz Guebuza, que tem liderado o processo de combate ao analfabetismo no país, apelou às empresas públicas e privadas a aderirem a iniciativa, vista como uma solução eficaz de reduzir rapidamente as actuais taxas de analfabetismo. Aliás, algumas empresas presentes no fórum de reflexão sobre a importância de combater o analfabetismo, mostraram disponibilidade imediata de colaborar para o fundo sem, no entanto, avançarem qualquer promessa monetária até que o mesmo seja aprovado pelo Conselho de Ministros.
O Centro de Promoção de Investimentos (CPI), comprometeu-se em aprovar diferentes projectos ligados a alfabetização e educação de adultos, bem como mostrou disponibilidade em mobilizar mais fundos para o efeito. Por outro lado, o CTA comprometeu-se em sensibilizar o empresariado nacional a abraçar esta causa como forma de alfabetizar todos os seus trabalhadores, o que poderá contribuir para a melhoria do rendimento das mesmas.
Presentemente, o MINED gasta em seis meses para pagar 20 mil alfabetizadores, qualquer coisa como 58 milhões de meticais. O ideal, de acordo com o MINED, seria ter 30 mil alfabetizadores por ano mas, devido a problemas orçamentais em 2011 e 2012, apenas foi possível contratar 19 mil e 21 mil, respectivamente.
Ainda, o sector está a investir 120 milhões de meticais para produzir dois milhões de livros a serem usados pelos alfabetizandos em todo o país.