Dentre os moçambicanos, está um cidadão que responde pelo nome de Filipe Chichava e que acaba de cumprir uma pena de sete anos de prisão, na sequência do seu envolvimento em assaltos com recurso à arma de fogo na via pública, em residências e no roubo de viaturas. Jorge Venhereque, suposto dono da arma, em contacto com a imprensa, admitiu o seu envolvimento na venda da arma ao cidadão chinês ao preço de 20 mil meticais, mas negou que a mesma fosse dele.
“Esta arma pertencia a um amigo – que já faleceu – acolhi na minha casa. Certo dia ele viajou para a capital do país e, a meio do caminho, efectuou uma chamada telefónica indicado que esquecera uma pistola na minha casa. De seguida, pediu-me para vendê-la, a fim de dividirmos o dinheiro. Iniciei os contactos para encontrar um comprador, e contei com um intermediário, o meu amigo Fernando Chingozo”.
Fernando Chingozo, que é pescador, disse que o chinês, de nome Ling Chen, era o seu cliente assíduo. “Certo dia, ele perguntou-me se por acaso eu conhecia alguém que vendia uma arma. Na altura não conhecia, e disse que não. O senhor Ling Cheng disse-me que estava à procura de uma arma para a sua segurança pessoal. Há dias, fui contactado pelo senhor Filipe Chichava, que estava a procura de um comprador de arma. Recordei-me do chinês e fui ao encontro do mesmo. Indiquei-lhe as pessoas e nada mais sei deste assunto”.
Filipe Chichava nega o seu envolvimento neste negócio, mas admite que foi intermediário num negócio de motorizada envolvendo as mesmas pessoas, com excepção do cidadão estrangeiro em causa.
Ling Chen, de 28 anos de idade, que se dedica à comercialização de calçado na cidade da Beira, há cerca de dois anos, garantiu a este matutino que, na verdade, comprara a pistola em causa ao preço de 35 mil meticais e não 20, como os vendedores deram a entender, e que todos os detidos estiveram presentes em várias fases do negocio.