A Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve 17 indivíduos suspeitos de estarem envolvidos em actividades de mineração ilegal na província central de Manica.
Segundo a porta-voz da PRM em Manica, Eunice Faustino, os detidos encontravam-se na posse de 200 toneladas de fluorite, um mineral utilizado na metalurgia, química e cerâmica, especialmente na produção de aço, alumínio, zinco e ligas especiais.
As referidas toneladas de minerais estavam prestes a ser exportadas para a China através do porto da Beira.
“Em colaboração com a PRM de Tete, a PRM em Manica desencadeou uma operação planeada que culminou no desmantelamento de um pátio pertencente a um cidadão chinês. Os minerais em questão foram obtidos de forma ilegal”, afirmou a porta-voz.
Faustino detalhou que a fluorite foi explorada no distrito de Guro, acrescentando que, durante a operação, todos os minerais foram confiscados, o que resultou na interrupção das actividades ilegais e das exportações clandestinas.
O líder do grupo negou operar de forma ilegal, afirmando ter uma licença de mineração válida há pelo menos quatro meses. As autoridades agora investigam a veracidade da documentação apresentada e possíveis ligações do grupo a redes de exportação clandestina.
Segundo a Direcção Nacional de Geologia e Minas, o país perde anualmente cerca de 90 milhões de meticais (1,4 milhões de dólares) devido à mineração ilegal. Desde Janeiro, pelo menos 20 pessoas perderam a vida em desabamentos em minas artesanais relacionadas com a mineração ilegal em Manica.
Esta operação ocorre num período em que a Inspecção-Geral de Recursos Minerais e Energia (IGREME) decidiu suspender temporariamente a mineração em Manica, na sequência de denúncias da população local, que tem expressado preocupações sobre a poluição ambiental, nomeadamente a contaminação dos rios provocada pela mineração artesanal.
A poluição afecta fontes de água potável essenciais, como o rio Revue e o reservatório de Chicamba, causando sérios problemas de saúde pública.