Empresários do distrito de Palma, localizado na província de Cabo Delgado, reuniram-se com representantes da TotalEnergies para debater a inclusão do sector privado local no ambicioso projecto Mozambique LNG, avaliado em 20 mil milhões de dólares norte-americanos.
O principal propósito do encontro foi alinhar expectativas entre os empresários locais e a multinacional, visando o fortalecimento dos canais de diálogo numa altura em que se intensificam as esperanças em torno do levantamento da cláusula de “Força Maior” e, consequentemente, da retoma do megaprojecto.
Durante a reunião, os empresários manifestaram preocupações relacionadas com o elevado desemprego juvenil, a estagnação da economia local e o receio de exclusão das empresas de Palma no fornecimento de bens e serviços à TotalEnergies. Além disso, questionaram a concentração de trabalhadores no acampamento de Afungi, argumentando que tal situação obstaculiza o desenvolvimento de negócios de hotelaria e restauração na vila.
Momed Omar, um empresário do sector de hotelaria, enfatizou que a falta de clientes nos alojamentos e restaurantes locais resulta do confinamento dos trabalhadores em Afungi, limitando assim a dinâmica económica da região. Ema Salimo, que opera no sector logístico, reforçou a necessidade de maior transparência nas aquisições feitas pelo projecto, pedindo oportunidades reais para os empresários locais.
Maxime Rabilloud, director-geral da TotalEnergies em Moçambique, reconheceu a existência de falhas de comunicação que geraram mal-entendidos. No entanto, garantiu que a empresa está comprometida em intensificar as compras locais com a retoma das operações. Rabilloud sublinhou que actualmente uma parte significativa da alimentação dos cerca de 2.000 trabalhadores em Afungi provém de produtores e fornecedores locais de Palma.
O director-geral assegurou que a intenção da TotalEnergies é garantir que os benefícios do projecto sejam sentidos pelas comunidades e pelo sector empresarial local. Apesar de não ter sido alcançado um consenso total, o encontro foi considerado produtivo, resultando no agendamento de uma nova reunião para 11 de Setembro. Nela, a TotalEnergies promete trazer uma equipa especializada para recolher propostas e desenvolver soluções concretas.
Rabilloud comprometeu-se a voltar a Palma antes do final de Setembro com o intuito de garantir a continuidade do diálogo. O seu objectivo principal é fomentar o desenvolvimento de Moçambique, Cabo Delgado e, em particular, Palma, com a activa participação das comunidades e empresas locais.
Com a expectativa crescente de um reinício formal do maior projecto de gás natural liquefeito em África, espera-se que o aumento da actividade económica em Palma se traduza em benefícios diretos para empresários e para a população local.