O Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique (CPMO) reuniu-se na capital, Maputo, na quinta-feira, e decidiu reduzir a taxa de juro de referência, conhecida como taxa MIMO, em 75 pontos base, passando de 11% para 10,25%.
Em comunicado, o CPMO justificou esta decisão com a contínua consolidação das previsões de inflação de um único dígito a médio prazo, reflectindo, em parte, a tendência favorável dos preços internacionais das mercadorias, apesar dos elevados riscos e incertezas associados às projecções internas.
O relatório revela que a taxa de inflação anual registou uma ligeira subida, passando de 4% em Maio para 4,2% em Junho. A inflação subjacente, que exclui frutas, hortaliças e bens com preços administrados, também apresentou um aumento moderado.
O CPMO manifestou confiança de que as perspectivas para uma inflação de um único dígito a médio prazo permanecem válidas, sustentadas pela estabilidade do metical e pela tendência internacional de redução nos preços de bens e serviços.
Adicionalmente, as previsões indicam um crescimento económico moderado a médio prazo, excluindo a produção e exportação de gás natural liquefeito (GNL). Contudo, a pressão sobre a dívida pública interna continua a aumentar, atingindo 454,3 mil milhões de meticais (cerca de 71 mil milhões de dólares norte-americanos, conforme a taxa de câmbio actual), uma subida de 38,7 mil milhões de meticais em relação a Dezembro de 2024.
O CPMO também advertiu que os riscos e incertezas associados às projecções de inflação permanecem elevados. Factores que podem agravar a inflação a médio prazo incluem o agravamento da situação fiscal num contexto de crescentes desafios para mobilizar recursos financeiros para o orçamento do Estado, além dos impactos de choques climáticos.
O CPMO reiterou o seu compromisso em continuar a “normalizar” a taxa de juro MIMO a médio prazo, salientando que futuras reduções nas taxas de juro dependerão das previsões de inflação.
