O antigo ministro do Interior, Pascoal Ronda, está a ser ouvido esta semana na Procuradoria-Geral da República (PGR), em Maputo, no âmbito de uma queixa apresentada por organizações da sociedade civil.
A denúncia responsabiliza-o pela actuação violenta da Polícia da República de Moçambique (PRM) durante os protestos pós-eleitorais, conforme informou a Lusa.
As manifestações, que tiveram lugar em várias regiões do país, deram origem a confrontos entre as forças de segurança e os manifestantes. A actuação da PRM está sob investigação por alegada utilização de violência excessiva na repressão dos protestos.
Antes da audição de Pascoal Ronda, o antigo comandante-geral da PRM, Bernardino Rafael, também prestou declarações na PGR, onde foi ouvido durante cerca de oito horas, no dia 7 de Julho.
A queixa-crime foi apresentada a 13 de Março pelo activista social Wilker Dias, director da Plataforma Decide. A denúncia atribui responsabilidades tanto ao ex-ministro quanto ao ex-comandante da PRM pelas mortes ocorridas durante os protestos.
O último balanço, referente aos cinco meses de manifestações, aponta para cerca de 400 vítimas, além de considerável destruição de património público e privado. Estes dados foram incluídos na queixa apresentada ao Ministério Público.