O Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), entidade sob a tutela do Ministério do Trabalho e Acção Social, expressou a sua intenção de integrar a estrutura accionista das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), que se encontra actualmente em crise financeira.
A informação foi divulgada pelo porta-voz do governo, Inocêncio Impissa, durante uma conferência de imprensa realizada em Maputo, cujo foco foi esclarecer os assuntos discutidos na 23ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, realizada na última terça-feira (01).
Impissa, simultaneamente ministro da Administração Estatal e Função Pública, afirmou que o governo considera a entrada do INSS como uma possibilidade a ser explorada, uma vez que existem ainda aspectos a serem analisados.
“É necessário estudar melhor a viabilidade dessa entrada, dado que as três empresas que compõem a atual estrutura accionista da LAM são de natureza pública, enquanto o INSS opera com capitais privados, que pertencem essencialmente aos trabalhadores”, esclareceu.
O ministro destacou que o modelo de integração do INSS poderá variar, sendo este um espaço aberto para futuras discussões e negociações. “Ainda não há confirmação sobre a entrada do INSS, mas estamos a colocar essa hipótese em consideração”, sublinhou.
No passado mês de Fevereiro, o governo anunciou que três empresas nacionais, a saber, a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), os Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e a Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE), manifestaram interesse em adquirir 91% das acções da LAM, avaliadas em 130 milhões de dólares. Com este montante, o governo pretende adquirir oito aviões e implementar uma reestruturação na companhia aérea.
A crise financeira que aflige a LAM está relacionada a práticas de corrupção por parte de alguns colaboradores, resultando em dívidas superiores a 230 milhões de dólares junto de fornecedores.
Relativamente à nova companhia aérea pública de Moçambique, a Solenta Aviation, Impissa indicou que a sua criação poderá impactar não apenas a LAM, mas todo o sector da aviação a nível nacional e internacional. O governo está atento ao processo de licenciamento da Solenta Aviation, que já tem toda a documentação necessária em ordem, enquanto medidas estão a ser adoptadas para garantir que a autorização da nova companhia se alinhe com o processo de reestruturação em curso na LAM.
O ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe, tem mantido contacto constante com a Solenta Aviation para acompanhamento deste processo.