O Supremo Tribunal dos Estados Unidos autorizou a administração Trump a reabrir as deportações de migrantes para países que não correspondem à sua origem, ao suspender uma decisão judicial que garantia aos migrantes o direito de contestar essas deportações.
A decisão do tribunal, composta por nove juízes, foi comunicada sem explicações, prática habitual no seu funcionamento, e os três juízes de orientação “liberal” expressaram a sua discordância em relação à ordem.
A medida foi emitida após o Departamento de Segurança Interna dos EUA ter colocado, em Maio, oito imigrantes num voo com destino ao Sudão do Sul. Um juiz federal em Boston, Brian E. Murphy, considerou que a ação violava uma ordem previamente emitida que protegia o direito dos indivíduos a alegar risco de tortura caso fossem enviados para um país que não o seu de origem.
O Departamento de Segurança Interna justificou que não era possível devolver rapidamente os migrantes condenados por crimes graves nos EUA aos seus países de origem, que incluem Myanmar, Vietname e Cuba. O avião que transportou os migrantes aterrou numa base naval americana em Djibuti, onde foram alojados em contentores adaptados para esse fim, enfrentando condições difíceis, enquanto os advogados aguardavam informações sobre os seus clientes.
Em 30 de Maio, o Supremo Tribunal dos EUA também elevou o número de pessoas passíveis de deportação para quase um milhão, ao reabrir a possibilidade da administração Trump retirar as protecções legais temporárias a centenas de milhares de imigrantes.
Esta decisão revogou uma ordem de uma instância inferior que assegurava a liberdade condicional humanitária para mais de 500 mil migrantes originários de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela.