Internacional Dalai Lama poderá anunciar decisão sobre sucessão em Julho

Dalai Lama poderá anunciar decisão sobre sucessão em Julho

O Dalai Lama, líder espiritual tibetano, anunciará uma mensagem no próximo mês, com a possibilidade de abordar o aguardado tema da sua sucessão, conforme revelou o governo tibetano no exílio na quarta-feira (18).

A mensagem de Tenzin Gyatso, nome de nascimento do Dalai Lama, será divulgada a 2 de Julho, poucos dias antes do seu 90.º aniversário, a ser comemorado a 6 de Julho em uma cerimónia que reunirá uma vasta multidão no norte da Índia, onde se encontra refugiado desde 1959, após a invasão chinesa no Tibete.

O laureado com o Prémio Nobel da Paz em 1989 já havia declarado que este aniversário seria uma ocasião propícia para motivar a população a reflectir sobre o futuro e a questionar se desejam um novo Dalai Lama. A continuidade desta instituição conta com um forte apoio entre os tibetanos no exílio.

A inquietação entre os tibetanos aumenta face à possibilidade de a China nomear um sucessor para Tenzin Gyatso, uma medida que visaria reforçar o controlo sobre o Tibete, território invadido militarmente em 1950.

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Penpa Tsering, líder eleito democraticamente do governo no exílio por cerca de 130 mil tibetanos de todo o mundo, com sede em McLeod Ganj, anunciou que os principais dignitários religiosos tibetanos, ou lamas, se reunirão a 2 de Julho. “Haverá uma breve reunião de todos os principais lamas, cerca de nove”, informou Tsering aos jornalistas, acrescentando que, posteriormente, terá início uma conferência religiosa.

Durante a abertura deste encontro, será transmitida uma mensagem em vídeo do Dalai Lama, embora detalhes adicionais não tenham sido divulgados.

O líder espiritual tibetano já afirmou que, caso haja “um consenso” sobre a continuidade da instituição do Dalai Lama, o seu gabinete em McLeod Ganj assumirá a responsabilidade pelo reconhecimento do sucessor, que deverá, ressalva, “nascer no mundo livre”.

Reconhecido como a 14.ª reencarnação do mestre escolhido pelos monges em 1391, o Dalai Lama expressa que não busca a independência total do Tibete, mas sim uma maior autonomia para a região.