A Associação Nacional de Professores (ANAPRO) denunciou, recentemente, a existência de supostas irregularidades no processo de pagamento de horas extras aos docentes na província de Cabo Delgado.
A situação, segundo a associação, está a gerar descontentamento e desmotivação entre os professores, que se sentem lesados em seus direitos.
Wahito Avito, porta-voz da ANAPRO na região, destacou que a maioria dos professores está a receber valores muito inferiores aos que lhes são devidos. “A maioria dos professores está a receber muito abaixo do que tem direito e ninguém dá explicações sobre o assunto. Por exemplo, alguns professores que deveriam receber cerca de trinta mil meticais estão a ser pagos apenas dez mil, e outros chegam a receber apenas mil meticais”, lamentou.
A insatisfação generalizada entre os docentes tem gerado um clima de desmotivação e desespero. “Os professores estão desmotivados e alguns sequer têm esperança de receber o valor que lhes é devido há vários anos. Isso pode afectar uma classe já moralizada após o governo garantir a disponibilidade de fundos para o pagamento de horas aos professores”, acrescentou Avito.
Além das irregularidades nos pagamentos, a ANAPRO expressou preocupação com a demora no enquadramento de vários professores na função pública.
Muitos deles estão sem salários há cerca de dois anos, o que agrava ainda mais a situação. “Alguns professores estão sem salários devido à falta de enquadramento na função pública. Esta situação está a criar transtornos, tanto para a classe quanto para as suas famílias, que enfrentam dificuldades em suportar o elevado custo de vida”, concluiu o porta-voz.