Na sua homilia durante a missa de início do seu Pontificado, o Papa Leão XIV fez um apelo à unidade e à missão da Igreja Católica, destacando a necessidade de combater as “feridas causadas pelo ódio” e os efeitos de um paradigma económico que explora os recursos naturais e marginaliza os mais necessitados.
Eleito há apenas uma semana pelos cardeais, Leão XIV, cujo nome de nascimento é Robert Francis Prevost, tomou a palavra para abordar a discórdia que ainda marca a sociedade contemporânea. “Neste tempo, ainda vemos demasiadas feridas provocadas pelo ódio, pela violência e pelos preconceitos. Precisamos de uma Igreja que se torne fermento para um mundo reconciliado”, afirmou o novo pontífice, que sucedeu ao Papa Francisco, falecido em Abril.
Nascido nos Estados Unidos e com uma considerável carreira eclesiástica no Peru, o cardeal Prevost foi eleito Papa em menos de 24 horas, em um contexto de tensões internas na Igreja sobre as mudanças nas relações com a sociedade. Durante a cerimónia religiosa, que contou com a presença de centenas de milhares de fiéis e vários chefes de Estado, incluindo o Presidente de Portugal, Leão XIV reiterou o seu desejo por uma Igreja que abra os braços ao mundo e que se engaje na missionação.
“Queremos ser, dentro desta massa, um pequeno fermento de unidade, comunhão e fraternidade”, declarou, sublinhando a importância da colaboração com outras Igrejas cristãs e religiões, bem como com todos aqueles que buscam a Deus com boa vontade.
Desde o seu primeiro discurso, Leão XIV destacou a necessidade de um “espírito missionário” na liderança da Igreja, rejeitando a ideia de se fechar em grupos restritos. “A nossa missão é oferecer a todos o amor de Deus e trabalhar para que se realize uma unidade que valorize a diversidade de cada pessoa”, frisou.
Além disso, recordou o impacto da morte do Papa Francisco, afirmando que a perda dele deixou muitos católicos “como ovelhas sem pastor”. Ele enfatizou que a escolha do novo Papa deve ser de um pastor capaz de guardar a rica herança da fé cristã, ao mesmo tempo que se deve olhar para os desafios contemporâneos.
Leão XIV, que assume o cargo de 267.º Papa da História, também evocou a inspiração de Santo Agostinho, ressaltando que a Igreja deve ser um lugar de harmonia e amor entre todos os seus membros. Citou ainda o Papa Leão XIII, conhecido por promover a doutrina social da Igreja, questionando como seria a pacificação das sociedades se os ensinamentos católicos fossem amplamente adotados.
Este novo capítulo na liderança da Igreja Católica buscará, sob a orientação de Leão XIV, promover a paz e a justiça social num mundo que enfrenta numerosos e complexos desafios.