Após a recente instabilidade política no Gabão, o ex-presidente Ali Bongo e a sua família iniciaram um novo capítulo em Angola, onde se encontram exilados desde o início da semana.
A decisão de deixar o Gabão surge na sequência do golpe militar liderado pelo general Brice Clotaire Oligui Nguema, que destituiu Bongo do poder em Agosto de 2023, pondo fim a uma dinastia que governou o país durante mais de 50 anos.
A família Bongo, que passou dias em situações de limitação de liberdade – entre a prisão e a reclusão domiciliar – viu uma reviravolta nas suas circunstâncias após a libertação de Sylvia Bongo e do filho Noureddin, que estavam detidos e aguardavam julgamento por alegações de peculato e lavagem de dinheiro.
A transferência para Angola resulta de um acordo entre o presidente angolano, João Lourenço, e o novo líder do Gabão, Oligui Nguema, conforme indicado num comunicado oficial partilhado nas redes sociais. A visita de Lourenço a Libreville na última segunda-feira visou estreitar laços diplomáticos após um período de distanciamento entre os dois países, provocado pela instabilidade política no Gabão.
A União Africana, sob a liderança de João Lourenço, tem manifestado preocupação com a situação dos Bongo, apelando insistentemente pela sua libertação durante a fase de transição no Gabão. Os advogados de Sylvia e Noureddin já tinham expressado preocupações significativas quanto à saúde dos arguidos durante o tempo em que estiveram detidos.