A recente decisão do governo dos Estados Unidos da América de interromper a assistência financeira ao Malawi resultou na perda de postos de trabalho para 4.451 profissionais de saúde no país.
Estes profissionais estavam envolvidos em programas de atendimento e assistência a pessoas vivendo com HIV/SIDA, cujos fundos provinham, na maioria, do governo norte-americano.
Um estudo realizado pela Comissão Nacional de Planeamento e pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Políticas Alimentares revela que, embora alguns programas de saúde, especialmente aqueles relacionados ao HIV/SIDA e ao controlo da malária, possam enfrentar cortes mais modestos, muitos outros serviços sanitários foram severamente afectados ou operam com capacidade reduzida.
A interrupção da ajuda abrange também programas de vacinação associados à Aliança Global para Vacinas, provocando preocupações acerca da potencial disseminação de doenças infecciosas e da consequente perda de vidas. Esta aliança é uma parceria público-privada criada em 2000 com o intuito de melhorar o acesso à imunização em países de baixa renda, incluindo o Malawi.
O mesmo estudo recomenda que o governo do Malawi analise a vulnerabilidade dos serviços essenciais diante destes cortes e colabore com parceiros de desenvolvimento para identificar quais serviços, se afectados, teriam o impacto mais severo na população.
Em Março do presente ano, o governo dos EUA rescindiu contractos que totalizavam 230 milhões de dólares com a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional no Malawi.
Esta acção ocorreu após a emissão, em Janeiro, de uma ordem executiva por Donald Trump, que suspendia a assistência externa por 90 dias, na expectativa de uma revisão da eficiência e da consistência da política externa dos EUA.