O Banco Mundial autorizou uma doação de 350 milhões de dólares através da Associação Internacional de Desenvolvimento, destinada a apoiar a construção da Hidreléctrica de Mpatamanga, situada no Malawi. Esta usina terá uma capacidade instalada de 358,5 megawatts.
A iniciativa representa uma importante operação de infra-estrutura, com o intuito de transformar o sector energético do Malawi e impulsionar o desenvolvimento económico do país. Quando concluída, e dependendo do financiamento privado que vier a ser assegurado, a Hidreléctrica de Mpatamanga deverá gerar anualmente 1.544 gigawatts-hora de energia limpa e renovável, iluminando mais de um milhão de residências e proporcionando milhares de postos de trabalho.
O ministro da Energia do Malawi, Ibrahim Matola, classificou este projecto como uma prioridade vital para o governo. Segundo Matola, trata-se da solução de menor custo para satisfazer a crescente demanda por energia e alcançar as metas de desenvolvimento estabelecidas.
Firas Raad, Gerente do Banco Mundial para o Malawi, reiterou que, uma vez em operação, este plano terá um impacto significativo na segurança energética a longo prazo. Raad destacou que a acessibilidade à energia é fundamental para combater a pobreza, estimular o crescimento económico e atrair investimentos privados.
O Projecto de Armazenamento Hidroeléctrico de Mpatamanga resulta de uma parceria entre o Governo de Lilongwe e a Corporação Financeira Internacional, configurando-se como uma iniciativa de parceria público-privada. O montante total previsto para a realização do projecto supera os 1,5 biliões de dólares, englobando os custos de financiamento durante a fase de construção.
Em Setembro de 2022, o Governo do Malawi escolheu um consórcio formado pela Electricité de France e pela SN Malawi BV, este último de propriedade da British International Investment, Norfund e Total Energies, como parceiros estratégicos, através de um processo de licitação internacional competitivo.
O financiamento do projecto compreenderá doações, capital, empréstimos e garantias de diversos parceiros de desenvolvimento, bem como do sector privado, configurando assim o maior investimento estrangeiro directo na história do Malawi.
As barragens principais e de regulação serão construídas no Rio Shire, não apenas para gerar energia limpa, mas também para aumentar a capacidade da rede, com o objetivo de satisfazer a crescente demanda do sector mineiro, considerado crucial para o desenvolvimento económico do país.