O sismo devastador que atingiu Myanmar a 28 de Março resultou na morte de 3.085 pessoas, segundo o mais recente balanço publicado pela junta militar que actualmente governa o país. Este número representa um aumento significativo em relação ao relatório anterior, que indicava 3.002 mortos.
Segundo as autoridades militares, o tremor de terra, de magnitude 7,7 na escala de Richter, deixou também 4.715 feridos e 341 pessoas ainda desaparecidas. As equipas de busca e salvamento continuam a trabalhar incansavelmente nas zonas afectadas, na esperança de localizar sobreviventes.
O sismo desencadeou uma emergência em seis regiões, provocando a destruição de quase 21.800 casas, 805 edifícios de escritórios, 1.041 escolas, 921 mosteiros e conventos, 1.690 pagodes, 312 edifícios religiosos, 48 hospitais e clínicas, bem como danos em 18 hectares de plantações, conforme relatado pela junta militar.
Na quarta-feira, chegaram a Myanmar 49 voos de ajuda internacional, enquanto 1.915 equipas de resgate estão activas no terreno, com mais de 714 toneladas de materiais de emergência a serem encaminhadas para as áreas mais necessitadas. A Organização das Nações Unidas estima que cerca de 10 milhões de pessoas residam nas regiões afectadas.
Além disso, as equipas de socorro conseguiram resgatar três homens em estado de sobrevivência após cinco dias presos sob os escombros. A situação humanitária é alarmante e, em resposta, a junta militar anunciou a declaração de um cessar-fogo até 22 de Abril, visando facilitar a entrega de ajuda à população necessitada.
Este cessar-fogo temporário foi estabelecido após uma série de cessar-fogos unilaterais proclamados por grupos de resistência armada que se opõem ao regime militar. A oposição democrática, que controla algumas partes do país, afirma que cerca de 8,5 milhões de pessoas foram “directamente afectadas” pelo terramoto.
O Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas revelou que, apenas em Naypyidaw, mais de 10 mil edifícios sofreram destruição ou danos severos.
O tremor de terra também afectou a Tailândia, onde um arranha-céus em construção desabou na capital, resultando na morte de 22 pessoas e no soterramento de, pelo menos, 70 trabalhadores. O governador de Banguecoque, Chadchart Sittipunt, anunciou que, seis dias após o sismo, foi detectado um possível sinal de vida entre os escombros, levando à suspensão do uso de maquinaria pesada para evitar riscos adicionais.