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Sudão do Sul enfrenta a pior epidemia de cólera dos últimos 20 anos

O Sudão do Sul está a atravessar a mais grave epidemia de cólera nas últimas duas décadas, com mais de 40.000 casos e 694 mortes registadas nos últimos seis meses, anunciou o UNICEF. 

Desde a declaração da epidemia em 2024, a situação tem-se deteriorado rapidamente, afectando especialmente as crianças, que representam cerca de 50% dos casos reportados.

Entre 28 de Setembro de 2024 e 18 de Março de 2025, o fundo das Nações Unidas para a infância confirmou a ocorrência de uma epidemia alarmante, cuja gravidade se deve, em parte, à instabilidade política que o país enfrenta desde a sua independência do Sudão, em 2011. O UNICEF sublinhou que a situação é particularmente crítica, pois as condições sanitárias e de abastecimento de água são profundamente deficientes.

Além do Sudão do Sul, Angola também se encontra numa situação crítica, registando mais de 8.000 casos de cólera e mais de 300 mortes desde o início deste ano. A propagação da doença na região é um reflexo das dificuldades enfrentadas por muitos países africanos, que lutam contra surtos de doenças infecciosas em contextos de fragilidade.

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Os confrontos entre o Governo do Sudão do Sul e grupos armados, especialmente na região do Alto Nilo, têm agravado a epidemia nos últimos meses, segundo a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF). A violência resultou na deslocação forçada de aproximadamente 50.000 pessoas desde o final de Fevereiro, conforme relatado pelo Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA). A ONU alertou para a possibilidade de o país entrar novamente em conflito civil.

A cólera, uma infecção intestinal aguda causada pela bactéria Vibrio cholerae, é frequentemente transmitida por água e alimentos contaminados e pode provocar diarreia severa, vómitos e cãibras musculares. Sem tratamento adequado, a doença pode ser fatal em poucas horas, embora intervenções simples, como reidratação oral e antibióticos, possam ser eficazes nos casos mais graves.