Um forte sismo de magnitude 7,7 que atingiu o centro do país, resultou na morte de mais de 1.000 pessoas, segundo o último relatório divulgado pela Junta Militar no poder, que revisou em alta o balanço das vítimas.
As autoridades locais reportaram 1.002 mortos e 2.376 feridos, um cenário devastador que levou à emissão de um apelo à ajuda da comunidade internacional, um pedido considerado excepcional dada a gravidade da situação e ao isolamento político do regime.
Uma equipa de 37 socorristas chineses chegou a Myanmar na manhã de hoje, conforme avançou a agência noticiosa oficial Xinhua. O grupo, oriundo da província de Yunnan, que faz fronteira com a Birmânia, transporta equipamento de emergência, incluindo detectores de vida, sistemas de alerta precoce de terramotos e drones, com a expectativa de auxiliar nas operações de socorro e cuidados médicos.
Simultaneamente, dezasseis membros da organização humanitária não-governamental Blue Sky Rescue (BSR) partiram para a Birmânia com kits de primeiros socorros, geradores de energia e ferramentas de demolição, a partir da cidade de Ruili, na mesma província chinesa.
Em resposta à catástrofe, a União Europeia anunciou uma ajuda de 2,5 milhões de euros e activou um programa de observação por satélite para apoiar as operações de socorro às vítimas do terramoto. Várias organizações internacionais, incluindo a Organização das Nações Unidas, a Organização Mundial de Saúde, Médicos Sem Fronteiras e os Estados Unidos, também manifestaram a sua disponibilidade para prestar assistência.
O sismo ocorreu às 12h50 (06h20 em Lisboa) a uma profundidade de 10 quilómetros, com o epicentro localizado a cerca de 17 km da cidade de Mandalay, a segunda maior do país, que conta com uma população de 1,2 milhões de habitantes e se encontra a 270 km ao norte da capital, Naypyidaw.
Além dos estragos em Myanmar, na capital tailandesa, Banguecoque, situada a cerca de mil quilómetros de distância, foram registados 10 mortos e 100 desaparecidos devido ao tremor. O fenómeno sísmico também foi sentido em várias cidades do sul da província chinesa de Yunnan, embora os danos até agora sejam considerados pouco significativos.