A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçambique anunciou, esta semana, o início de uma investigação sobre sérias denúncias de violações de direitos humanos, que incluem raptos e assassinatos alegadamente perpetrados por membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS) que asseguram a protecção das instalações da multinacional Total, localizadas em Afungi, na província de Cabo Delgado.
Segundo informações prestadas pelo Procurador-Geral Adjunto, Sérgio Reis, o processo encontra-se actualmente na fase de instrução, sendo que as investigações estão a ser conduzidas contra desconhecidos, dado que aproximadamente 800 agentes das FDS estão destacados na região para garantir a segurança da área. O objectivo das investigações é apurar responsabilidades e esclarecer as circunstâncias que rodeiam as alegadas violações de direitos humanos.
A PGR expressou surpresa face às alegações divulgadas na imprensa internacional, mas não deixou de sublinhar a gravidade das denúncias apresentadas.
As informações que emergiram no final do ano passado reavivaram relatos que vêm sendo reportados desde 2021, os quais indicam que militares poderão estar envolvidos em homicídios de civis nas proximidades do complexo da petrolífera Total.