A cidade de Sanriku, na província de Iwate, emitiu novas ordens de evacuação às 07:00 locais, tendo em vista a propagação do incêndio florestal que já afecta 1.197 pessoas, as quais foram transferidas para 12 centros de acolhimento.
O porta-voz do Governo japonês, Yoshimasa Hayashi, afirmou em conferência de imprensa que as autoridades estão empenhadas em extinguir o fogo o mais rapidamente possível, priorizando a segurança dos residentes. “Estamos a trabalhar para extinguir [o fogo] o mais rapidamente possível, procurando ao mesmo tempo, a segurança dos residentes”, declarou Hayashi.
Neste contexto, a agência nacional de gestão de incêndios e catástrofes lançou um apelo aos bombeiros de todo o país para que unam esforços no combate ao fogo, especialmente no que diz respeito à contenção das chamas nas áreas residenciais. Actualmente, cerca de 1.700 bombeiros, provenientes de 453 departamentos de emergência do Japão, estão a participar activamente nas operações, apoiados por helicópteros das Forças de Auto-Defesa.
Desde o início do incêndio, que iniciou na passada quarta-feira, foi confirmada uma morte e 84 casas foram destruídas. As autoridades locais temem que o número de casas afectadas aumente, uma vez que os esforços de combate às chamas continuam a ser priorizados em detrimento da avaliação completa da catástrofe.
A costa sul da província de Iwate, onde se localiza Sanriku, encontra-se sob alerta de tempo seco desde 18 de Fevereiro, um fenómeno meteorológico que tem contribuído para a rápida propagação do incêndio. Contudo, o observatório meteorológico local prevê que a condição de tempo seco se mantenha ao longo desta segunda-feira, apesar de uma descida acentuada das temperaturas, que deixaram os dias quentes e primaveris do fim-de-semana para trás.
Este incêndio florestal é considerado o mais severo no Japão em mais de três décadas e tem trazido à memória dos habitantes os eventos traumáticos do terramoto e tsunami de 11 de Março de 2011, que devastaram a costa de Ofunato e causaram mais de 500 mortos e desaparecidos. Um residente de 70 anos, que sobreviveu ao terramoto, descreveu a situação de forma angustiante, afirmando: “É como se o tsunami viesse pela frente e o fogo por detrás”.