O movimento islamita Hamas fez saber ao mundo que considera haver ocorrido uma “violação flagrante” da trégua na Faixa de Gaza, depois de ataques israelitas que resultaram na morte de nove pessoas, incluindo vários jornalistas, segundo os serviços de emergência locais.
Hazem Qassem, porta-voz do Hamas, emitiu um comunicado onde descreve os ataques como um “massacre horrível” a um grupo de jornalistas e trabalhadores humanitários na região norte da Faixa de Gaza. Qassem sublinhou que estas acções constituem uma clara violação do acordo de cessar-fogo, em vigor desde 19 de Janeiro.
A Defesa Civil de Gaza corroborou as alegações, atribuindo a responsabilidade do ataque ao Exército israelita. O porta-voz da organização, Mahmoud Bassal, informou que “nove pessoas foram trasladadas para o hospital, entre as quais vários jornalistas e funcionários da instituição de solidariedade Al-Khair”, vítimas de um ataque com drones em Beit Lahia, enquanto a artilharia israelita bombardeava a mesma área.
O Exército israelita, por sua vez, confirmou a realização de dois ataques, inicialmente contra “dois terroristas que operavam um ‘drone'” na cidade e, posteriormente, contra um veículo que transportava outros “terroristas que se dirigiam para recuperar” o ‘drone’.
Relatos dos serviços de emergência indicam que a equipa de jornalistas afectada pelo ataque era composta por pelo menos três fotógrafos, incluindo um especialista em fotografia com ‘drones’, e um motorista.
A situação dos jornalistas em Gaza é alarmante. De acordo com uma contagem realizada em Fevereiro pelo Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), pelo menos 83 jornalistas palestinianos foram mortos em 2024 pelas forças armadas israelitas.
Além disso, a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) noticiou em Outubro de 2024 que mais de 140 jornalistas perderam a vida na Faixa de Gaza desde o início do conflito em 7 de Outubro de 2003, quando o Hamas lançou um ataque em Israel, desencadeando a actual guerra.