O movimento Hamas divulgou um comunicado garantindo que está a fazer “todos os possíveis para manter os prisioneiros vivos”, ao mesmo tempo que acusou Israel de colocar as vidas dos reféns em risco devido aos seus bombardeamentos.
“Cada vez que a ocupação [israelita] tenta resgatar os prisioneiros à força, acaba por levá-los de volta em caixões”, acrescentou a organização. Desde a retoma dos bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza a 18 de Março, após uma trégua de quase dois meses, a situação humanitária no território palestiniano agravou-se dramaticamente.
De acordo com um relatório do Ministério da Saúde do governo do Hamas, cerca de 830 pessoas foram mortas nas operações militares israelitas, elevando o número total de mortos em Gaza desde o início do conflito, que começou com um ataque do Hamas a Israel em 7 de Outubro de 2023, para 50.183.
Do lado israelita, o ataque inicial de 7 de Outubro resultou na morte de 1.218 pessoas, a maioria delas civis, segundo dados oficiais. Actualmente, 58 dos 251 reféns levados durante o ataque continuam detidos na Faixa de Gaza, enquanto 34 já foram confirmados como mortos, conforme relatado pelo exército israelita.
Israel, por sua vez, tem intensificado sua postura militar e o ministro da Defesa, Israel Katz, enviou uma mensagem clara ao Hamas, afirmando que o grupo “pagará um preço cada vez maior” se não libertar os reféns israelitas. Katz sublinhou que o principal objectivo é o regresso seguro de todos os reféns e advertiu que, se o Hamas continuar a recusar-se a cooperar, sofrerá consequências severas, incluindo a ocupação de territórios e desmantelamento de operações terroristas.
A decisão de retomar os ataques a Gaza provocou protestos em Israel, onde críticos e familiares dos sequestrados expressaram preocupações de que os bombardeamentos possam colocar em perigo a vida dos reféns e dificultar a sua eventual libertação.
Israel justificou a retoma das operações militares, acusando o Hamas de rejeitar propostas de mediação para a paz. No entanto, o Hamas refutou essas alegações, afirmando ter concordado com uma proposta apresentada por Washington, e insistiu na manutenção dos termos do acordo de trégua estabelecido em janeiro.