A região de Nhampassa, situada no distrito de Bárue, em Manica, tem sido palco de uma intensa manifestação da população local, que invadiu uma mina de turmalinas pertencente à empresa Sominha Limitada.
O acto de desespero surge em resposta ao alegado incumprimento das promessas de responsabilidade social por parte da mineradora.
Os habitantes de Nhampassa denunciam que, ao longo dos últimos três meses, a empresa não tem cumprido com os compromissos assumidos para o desenvolvimento da comunidade onde opera. Recentemente, a população recebeu um comunicado do Governo distrital a ordenar a desocupação da mina, no entanto, os manifestantes recusaram-se a obedecer, insistindo que o protesto é uma necessidade urgente para reivindicar os direitos que consideram não ter sido respeitados.
De acordo com informações obtidas pelo jornal “O País”, a Sominha Limitada, representada pelo empresário conhecido por Nadat, havia se comprometido a construir 10 casas por ano desde 2007, data em que começou a exploração na área. Contudo, até à data, apenas cinco casas foram concluídas, e estas encontram-se paradas em fase de acabamentos, o que gerou descontentamento entre a população.
David Franque, administrador do distrito de Bárue, condenou a invasão da mina, mas reconheceu que o empresário não cumpriu com as expectativas da comunidade. “Acho que eles invadiram por essa razão mesmo (implementar acções de responsabilidade social), ele não reparava para ninguém, mas sim para a vida dele. Então, as pessoas reagiram. Vamos ouvir, até domingo, se eles vão ou não sair. Se não saírem, vamos, mais uma vez, falar com eles. Queremos sempre fazer uma negociação, para não fazermos as coisas à força”, afirmou Franque.
