Em conferência de imprensa realizada na quarta-feira, o porta-voz do Governo moçambicano, Inocêncio Impissa, reafirmou a determinação das Forças de Defesa e Segurança (FDS) em proteger a população e repelir qualquer ameaça à vida dos cidadãos.
A declaração surge em um contexto de crescente preocupação sobre as actividades do grupo paramilitar conhecido como Naparamas, que têm gerado inquietação nas comunidades.
“Estamos atentos. As FDS e as autoridades locais devem repelir qualquer situação que ponha em perigo a vida dos moçambicanos. Esta é a responsabilidade do Estado. Esforços têm sido feitos para garantir que isso não aconteça”, afirmou Impissa, ao apresentar o balanço das actividades dos primeiros cem dias de governação.
O porta-voz do Governo sublinhou a importância de identificar as origens das reivindicações apresentadas pelo grupo Naparamas, para encontrar uma solução adequada. “Não sabemos o que reclamam efectivamente, e este é um grande problema. É preciso saber quais são as reivindicações para, a partir daí, ajustarmos as medidas ou soluções necessárias”, acrescentou.
Os Naparamas surgiram na década de 1980, durante a guerra civil em Moçambique, e são conhecidos por combinarem conhecimentos tradicionais com elementos místicos na sua luta. Historicamente, este grupo tem-se organizado espontaneamente para a autodefesa da população, submetendo os seus membros a rituais que lhes conferem uma alegada protecção sobrenatural.
Recentemente, a tensão entre as FDS e os Naparamas aumentou, culminando em confrontos que resultaram na morte de quatro supostos membros do grupo. O incidente ocorreu na segunda-feira, quando tentavam invadir um posto administrativo na província da Zambézia.
Em outro episódio, em Janeiro, elementos do grupo foram acusados de decapitar um secretário de bairro e expor a cabeça da vítima em praça pública, um ato que chocou a população local.