Economia Manifestações pós-eleitorais comprometem operações na mina de grafite em Balama

Manifestações pós-eleitorais comprometem operações na mina de grafite em Balama

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A mineradora australiana Syrah Resources anunciou que não receberá novas tranches de um empréstimo norte-americano até que as manifestações pós-eleitorais que afectam a sua actividade na mina de grafite de Balama sejam resolvidas. 

A empresa informou que, embora tenha recebido um primeiro desembolso de 53 milhões de dólares em Novembro, de um total de 150 milhões de dólares concedidos pela International Development Finance Corporation (DFC), as operações locais estão actualmente paralisadas devido aos protestos.

Segundo a Syrah, a interrupção das actividades em Balama está a ser monitorizada por todas as partes envolvidas. “Mais desembolsos de empréstimos da DFC não estão disponíveis enquanto as operações de Balama estiverem bloqueadas pelas acções de protesto”, afirmou a empresa, que continua a trabalhar em colaboração com a DFC e o Departamento de Energia dos Estados Unidos.

A mineradora já tinha declarado “força maior” em 12 de Dezembro, citando o agravamento das manifestações como um factor que condiciona a operação da mina. O termo “força maior” refere-se a eventos externos, imprevisíveis e inevitáveis que impossibilitam o cumprimento de obrigações contratuais.

Apesar da situação, a Syrah anunciou que, em coordenação com as autoridades norte-americanas, foi acordada uma renúncia aos eventos de inadimplência associados à interrupção da mina. A empresa garantiu que não deixou de cumprir nenhuma obrigação de pagamento sob os empréstimos, apesar dos desafios operacionais decorrentes dos protestos nacionais.

No início de 2023, a produção na mina de Balama aumentou para 41 mil toneladas de grafite natural, um incremento face às 35 mil toneladas do trimestre anterior. As vendas também subiram, passando de 28 para 30 mil toneladas.

Além disso, a Syrah está a desenvolver uma fábrica de material para baterias em Vidalia, no sudeste dos Estados Unidos, que será alimentada com grafite extraído em Moçambique. Em Abril, foram enviadas duas toneladas de minério para a nova instalação.

Moçambique prevê produzir mais de 329.040 toneladas de grafite em 2024, um aumento superior a 180% em comparação com os níveis de produção deste ano, segundo as previsões do Governo. Em 2020, o país produziu 120 mil toneladas, um número que caiu para 77.116 toneladas no ano seguinte, enquanto as estimativas para 2022 e 2023 foram de 182.024 e 117.416 toneladas, respectivamente.