O parlamento da Moldávia aprovou, na sexta-feira, a declaração de estado de emergência energética que entrará em vigor na próxima segunda-feira e terá a duração de 60 dias.
A medida, proposta pelo primeiro-ministro moldovo, Dorin Recean, surge em resposta à crescente ameaça de uma crise humanitária provocada pela iminente suspensão do fornecimento de gás russo à Europa através da Ucrânia.
O actual contrato que permite a circulação do gás russo pelo território ucraniano culminará a 31 de Dezembro, o que gera preocupações significativas em relação à segurança energética do país. A aprovação da medida ocorreu apenas com os votos do Partido da Ação e Solidariedade (PAS), que se encontra no poder sob a liderança da Presidente Maia Sandu.
A oposição moldova, no entanto, criticou veementemente a declaração de estado de emergência, considerando-a um reflexo da incapacidade do governo. Renato Usatii, líder do partido opositor Nosso Partido, comentou: “Para o PAS, o estado de emergência tornou-se a norma. Quando à frente do país se encontra um Governo analfabeto, as crises tornam-se a norma”.
Conforme as autoridades moldovas, a eventual suspensão do fornecimento de gás russo poderá resultar em graves falhas no abastecimento de energia eléctrica durante o inverno, uma vez que a central termoeléctrica do país depende exclusivamente do gás oriundo da Rússia. A situação é ainda mais preocupante na região separatista da Transnístria, que declarou estado de emergência na quinta-feira e é totalmente dependente do gás russo.
O vice-primeiro-ministro Oleg Serebrian indicou que a Ucrânia não manterá o trânsito de gás russo através do seu território a partir do novo ano, priorizando o abastecimento a outros países, como a Hungria e a Moldávia. “A nossa posição é totalmente clara: estamos a preparar-nos para circulação zero a partir de 01 de Janeiro”, afirmou Herman Galushchenko, ministro da Energia ucraniano, sublinhando a realização de testes ao sistema de gasodutos para se adaptar a esta nova realidade.

















