Destaque Manifestações na Beira resultam em 18 mortos e 81 feridos

Manifestações na Beira resultam em 18 mortos e 81 feridos

Receba vagas no seu WhatsApp

Siga o nosso canal do WhatsApp para receber vagas no status do WhatsApp.

Clique aqui para seguir

Protestos violentos provocam vítimas por bala e deixam hospital central em colapso devido ao elevado número de feridos.

Pelo menos 18 pessoas morreram e 81 ficaram feridas, entre graves e ligeiros, durante manifestações ocorridas na última terça-feira na cidade da Beira. As autoridades confirmaram que todas as vítimas mortais foram atingidas por armas de fogo.

Segundo relatos de familiares e fontes do Hospital Central da Beira, oito pessoas morreram enquanto recebiam atendimento médico devido à gravidade dos ferimentos. Entre os casos mais dramáticos, está o de dois homens alvejados e queimados numa viatura descaracterizada, enquanto consumiam bebidas alcoólicas numa barraca na zona dos Pioneiros.

Corpos removidos sem perícia policial
Os corpos das vítimas permaneceram no local do ataque até à manhã de quarta-feira, sendo removidos pelos próprios familiares, sem perícia policial.

“Os corpos ficaram lá desde ontem até hoje sem qualquer tipo de ajuda das autoridades”, relatou um familiar de uma das vítimas.

Pressão no Hospital Central da Beira
A principal unidade sanitária da região central está a operar sob forte pressão, com profissionais de saúde sobrecarregados e sem recursos suficientes para responder à elevada procura por cuidados médicos.

“Desde o início das manifestações, temos enfrentado grandes dificuldades para atender os feridos. Muitos colegas não conseguem chegar ao hospital devido ao bloqueio das vias, o que compromete os atendimentos e contribui para o agravamento dos casos mais críticos”, afirmou um porta-voz do hospital.

Segundo a mesma fonte, se houvesse equipas completas e melhores condições, algumas das mortes poderiam ter sido evitadas.

Feridos internados nos corredores
Com os espaços de internamento sobrelotados, os feridos estão a ser acomodados nos corredores, em condições precárias.

“Muitos dos internados apresentam ferimentos provocados por balas, e a escassez de material cirúrgico é uma preocupação crescente”, alertou um médico do hospital.

Relatos de violência policial
Entre os feridos, há cidadãos que acusam as forças de segurança de terem disparado indiscriminadamente contra a população.

“Eu estava a proteger a minha barraca quando a polícia chegou e começou a disparar. Levei um tiro no braço, mas muitos outros ficaram feridos”, relatou uma vítima internada no hospital.

Apelo à doação de sangue e apoio médico
Com o aumento da procura por cuidados médicos e a gravidade dos ferimentos, o Hospital Central da Beira lançou um apelo urgente à doação de sangue e ao fornecimento de material médico-cirúrgico para fazer face à crise.

Tensão continua na cidade
Enquanto a situação permanece instável, as autoridades locais mantêm a presença policial nas ruas para tentar restaurar a ordem, mas os protestos e episódios de violência continuam a gerar receios entre os residentes.

Os apelos para a calma e a paz multiplicam-se, mas a crise pós-eleitoral que desencadeou os protestos mantém a tensão elevada na cidade da Beira e noutras regiões do país.