O candidato presidencial apoiado pelo partido PODEMOS, Venâncio Mondlane, declarou que a quarta e última fase de contestação, por si convocada, será revelada na próxima segunda-feira, 11 de Novembro.
A decisão surge num contexto de agitação política e social em Moçambique, onde Mondlane destacou a necessidade de uma pausa nas manifestações de rua, sublinhando que “temos pessoas que precisam de tratamento médico, temos pessoas que têm de ser enterradas, pessoas que têm de voltar ao trabalho”.
Embora as grandes manifestações estejam suspensas durante o fim-de-semana, o candidato assegurou que as manifestações simbólicas, através da tradição das panelas, continuarão a ser realizadas à hora habitual. “Sexta, sábado e domingo, a única coisa que vamos fazer é continuar com a manifestação das panelas”, afirmou Mondlane.
O candidato prometeu que na segunda-feira irá divulgar tanto as medidas que serão implementadas como a data de início da quarta fase das manifestações, que visam a “salvação e libertação do país”. Mondlane alertou que esta nova etapa será “extremamente dolorosa”, uma vez que o regime em vigor parece estar a optar por um caminho de confronto com a população. “O regime quer usar apenas a força das armas contra o povo, quer continuar a assassinar o povo”, enfatizou.
Além disso, Mondlane expressou preocupações sobre o impacto económico que as acções do governo poderão ter. “A economia de Moçambique vai ser afectada de uma forma severa”, disse, ressaltando que “as medidas vão ser demasiado pesadas e duras”, uma vez que, segundo ele, o regime não respeita os interesses da população, mas apenas os seus próprios lucros.
Na conferência de imprensa realizada na tarde de hoje, o presidente do PODEMOS, Albino Forquilha, reiterou a continuidade das manifestações até que se restabeleça a “verdade eleitoral”. As declarações de Mondlane e Forquilha refletem um clima de crescente tensão política no país, onde as expectativas em relação ao futuro permanecem incertas.