O Papa Francisco manifestou a sua preocupação pela situação actual em Moçambique, exortando os cidadãos a não perderem a fé no caminho da democracia, da justiça e da paz.
Durante a sua mensagem Angelus, proferida no domingo, dia 10, o líder da Igreja Católica apelou a um diálogo construtivo e à busca incessante por soluções justas para os desafios que o país enfrenta.
“As notícias que chegam de Moçambique são preocupantes. Convido todos ao diálogo, à tolerância e à busca incansável por soluções justas. Rezemos por toda a população moçambicana, para que a situação actual não faça perder a fé no caminho da democracia, da justiça e da paz”, afirmou Francisco.
A mensagem do Papa surge num contexto de crescente tensão pós-eleitoral, onde Moçambique tem sido palco de confrontos diários entre a polícia e manifestantes que contestam os resultados das eleições presidenciais e legislativas de 9 de Outubro, afirmando que a Frelimo, partido no poder, não foi o verdadeiro vencedor, conforme divulgado pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Na mesma ocasião, Francisco também lembrou as vítimas de catástrofes naturais ocorridas na Indonésia e na Espanha, reforçando a sua mensagem de solidariedade e compaixão.
Em apoio à situação em Moçambique, os Bispos Católicos da África do Sul, Botswana e eSwatini (SACBC) enviaram uma carta à Conferência Episcopal de Moçambique (CEM), expressando a sua solidariedade e orações pelo povo moçambicano após a agitação resultante das eleições.
O porta-voz da CEM, arcebispo de Maputo, dom João Carlos Hatoa Nunes, também fez um apelo à paz e ao respeito pela vida, destacando a urgência de uma mensagem de tolerância num momento de elevada tensão. “Neste momento de tensão, quando muitos se preparam para manifestar suas preocupações, como pastores sentimos a urgência de nos dirigir a cada um de vós com um apelo à paz, tolerância e respeito à vida”, declarou em vídeo.