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Ossufo Momade renuncia à liderança da Renamo em reunião da Comissão Política Nacional

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Ossufo Momade, líder da Renamo, antiga principal força de oposição em Moçambique, apresentou a sua demissão durante uma reunião da Comissão Política Nacional do partido, realizada no último sábado, em Maputo. 

A informação foi avançada pelo Centro de Integridade Pública (CIP), uma organização não-governamental moçambicana, na sua edição de terça-feira.

Durante a reunião, Momade expressou a sua preocupação com a situação actual da Renamo, afirmando: “Neste momento, eu sou o problema desta organização.” A proposta de demissão foi acolhida pela maioria dos membros presentes, embora uma minoria de seis ou sete tenha manifestado a sua discordância. Apesar da aceitação, a demissão de Momade não foi anunciada publicamente.

A publicação do CIP também indicou que Momade deverá convocar uma reunião do Conselho Nacional da Renamo para discutir os próximos passos, incluindo a preparação para um congresso que elegerá um novo presidente do partido.

No entanto, a Comissão Política da Renamo decidiu que qualquer avanço deverá ocorrer apenas após a resolução dos diferendos resultantes das eleições gerais realizadas a 09 de Outubro.

Além disso, a Comissão sugeriu que Momade promova uma transição cuidadosa, de modo a não exacerbar as divisões internas no partido. O novo líder deve ser uma figura consensual, capaz de reconquistar os membros que abandonaram a Renamo nos últimos anos.

A situação da Renamo complicou-se ainda mais na segunda-feira, quando ex-guerrilheiros do partido invadiram a sua sede nacional, numa clara demonstração de pressão sobre o demissionário Ossufo Momade.

Actualmente, Momade ainda detém a liderança da oposição, uma vez que a Renamo é o maior partido da oposição no parlamento cessante.

Contudo, espera-se que, com a posse do novo parlamento no início do próximo ano, a Renamo seja ultrapassada pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), que deu apoio organizacional ao candidato presidencial independente, Venâncio Mondlane.

A política moçambicana atravessa um momento decisivo, e a Renamo enfrenta agora o desafio de redefinir a sua liderança e estratégia para o futuro.