Cerca de 500 membros de mesas de voto (MMV) manifestaram a sua insatisfação devido à morosidade no pagamento dos subsídios pelo STAE (Secretariado Técnico de Administração Eleitoral) na cidade da Matola.
Alguns dos membros chegaram ao local por volta das 4 horas da madrugada, mas até às 15 horas de domingo ainda não tinham sido atendidos, nem lhes foi fornecida qualquer informação relevante sobre o processo de pagamento.
Os vice-presidentes de mesas de voto, que participaram nas eleições de 9 de Outubro, estão particularmente frustrados com a situação. Tereza Maunde, vice-presidente de uma mesa de voto, expressou o seu descontentamento: “É realmente triste o que está a acontecer. Trabalhámos arduamente, com esforço, mas agora para recebermos o pagamento está a ser extremamente difícil.”
A principal razão da insatisfação é a longa espera para receber o subsídio pelo trabalho desempenhado durante as eleições, o que gerou uma crescente agitação entre os membros presentes no local. Sandra, outra vice-presidente de mesa de voto, partilhou a sua frustração: “Estamos aqui desde as 4 horas da manhã, e há colegas que chegaram ainda mais cedo. Não faz sentido ficarmos aqui sem comer ou beber água. Estamos espalhados pelo recinto a sofrer enquanto eles, no conforto, não dão resposta. Só estão duas pessoas a atender mais de quinhentas.”
Os MMV também revelaram que o pagamento tem sido feito até tarde da noite, o que os expõe a riscos de segurança no regresso a casa. Segundo um dos membros, “Pagaram até às 22 horas. Que tipo de pagamento é esse? O que estão a esconder? A polícia está aqui agora, mas às 20 horas vão embora e, quando estamos a caminhar até à paragem, somos assaltados. Parece que há uma intenção por detrás disto.”
Outro ponto de grande preocupação entre os MMV é a falta de comunicação por parte dos técnicos do STAE, que não fornecem informações sobre o andamento do processo. Há também denúncias de favoritismo, com alegações de que pessoas que chegaram mais tarde estariam a ser atendidas antes dos que esperam há várias horas. “Não dizem nada, mas o que percebemos é que aqueles que chegam às 12 horas são atendidos, desde que sejam conhecidos dos técnicos”, afirmou um dos membros.
Os MMV deixaram claro que não sairão do local sem receber o que lhes é devido. “Provavelmente, às 15 horas vão dizer que estão a fechar, mas nós não vamos sair daqui sem o nosso dinheiro. Estamos a exigir aquilo que é nosso. Eu não vou voltar amanhã, moro longe e já gastei dinheiro para cá vir,” queixou-se um dos presentes.
O jornal O País tentou obter esclarecimentos por parte dos técnicos do STAE da província da Matola, que estão a conduzir o processo de pagamento, mas estes não se mostraram disponíveis para comentar a situação.