No norte do Quénia, uma iniciativa inovadora está a transformar antigos caçadores furtivos em protectores da vida selvagem.
Uma comunidade de conservação, preocupada com a crescente ameaça à biodiversidade da região, decidiu recorrer àqueles que antes praticavam a caça ilegal para, agora, ajudar a preservar o ecossistema local.
O programa, lançado pelas autoridades de conservação, tem mostrado resultados notáveis.
Graças ao conhecimento profundo que os ex-caçadores têm sobre as práticas de caça e as rotas utilizadas para a captura de animais, têm-se tornado recursos valiosos na protecção das espécies em perigo.
A capacidade de antecipar os movimentos e tácticas de caçadores ilegais permitiu uma redução significativa dos casos de caça furtiva, especialmente em áreas críticas do norte do Quénia, onde a fauna estava mais ameaçada.
Segundo os responsáveis pelo projecto, ao empregar antigos caçadores, não só se oferece uma segunda oportunidade a estas pessoas, como também se aproveita o seu vasto conhecimento sobre o terreno, promovendo uma convivência mais harmoniosa entre as comunidades locais e a vida selvagem.
Além disso, o programa tem contribuído para a sensibilização sobre a importância da conservação, criando uma rede de vigilância local que combate a caça ilegal de forma eficaz.
Esta abordagem inovadora tem sido saudada como um exemplo de como as comunidades, trabalhando em conjunto com as autoridades, podem encontrar soluções sustentáveis para proteger o património natural e, ao mesmo tempo, oferecer alternativas económicas e sociais para quem outrora dependia da caça furtiva como forma de subsistência.