O homicida do jornalista e comentador João Chamusse foi condenado, na sexta-feira (27), a 20 anos de prisão, além de uma multa de 300 mil meticais (aproximadamente 4.700 dólares), a ser paga à família da vítima.
A sentença marca o fim de um processo judicial que iniciou em Dezembro do ano passado, após o brutal assassinato de Chamusse, que foi encontrado sem vida na sua própria residência, no distrito municipal de KaTembe, com evidentes sinais de estrangulamento.
O condenado, Elias Dlate, um jovem de 24 anos, foi capturado poucos meses após o crime e, agora, enfrenta a longa pena de prisão. Para o advogado da família de João Chamusse, a condenação é vista como adequada, dado o valor inestimável da vida humana. “A vida humana é o maior bem, em termos de direitos humanos e direitos fundamentais”, afirmou o representante da família, sublinhando que, apesar da justiça feita, o caso não é totalmente satisfatório.
A confissão do réu, apresentada de forma espontânea, acabou por limitar as investigações posteriores, o que deixou muitas perguntas sem resposta, especialmente quanto às motivações que levaram Elias Dlate a cometer o crime. “Apesar da sentença, ficámos sem entender claramente os motivos por trás deste homicídio. Esta confissão dificultou uma investigação mais profunda e detalhada”, lamentou o advogado.
O representante legal da família de Chamusse apelou para que o caso seja reaberto, sugerindo que haja mais pessoas envolvidas no crime e que a confissão do réu, por si só, não oferece uma explicação completa dos factos.
No entanto, advertiu que uma nova investigação poderá levar tempo. “Abrir um novo processo judicial exigirá tempo e recursos, e estamos limitados pela confissão inicial, o que, infelizmente, representa um obstáculo significativo na investigação criminal”, concluiu.
Com o veredicto já proferido, o caso ainda gera inquietação, especialmente para a família de João Chamusse, que continua à procura de respostas sobre os reais motivos que levaram à sua morte, esperando que a justiça total seja alcançada.