Internacional Cerca de 300 mil pessoas manifestam-se contra Netanyahu e exigem cessar-fogo

Cerca de 300 mil pessoas manifestam-se contra Netanyahu e exigem cessar-fogo

Cerca de 300 mil pessoas reuniram-se nas ruas de Telavive para protestar contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, após a morte de seis reféns em Gaza ter provocado uma onda de indignação em todo o país.

Tal Horowitz, de 45 anos, expressou à agência EFE o seu descontentamento, afirmando sentir-se desprotegido como israelita, após quase 11 meses de conflito em Gaza e com 97 prisioneiros ainda em cativeiro nas mãos das milícias islamitas do Hamas.

Horowitz criticou a falta de ação do governo para garantir a segurança dos reféns, afirmando que, se o governo não fizer tudo o que está ao seu alcance, incluindo pagar um preço elevado, não acredita que o país possa continuar a existir.

A revelação de que os seis reféns, cujos corpos foram encontrados pelo exército em um túnel no sul da Faixa de Gaza, haviam sido mortos “com vários tiros disparados à queima-roupa” entre 48 a 72 horas antes, de acordo com uma autópsia divulgada pelo Ministério da Saúde, inflamou ainda mais os ânimos.

Muitos israelitas acreditam que um acordo de cessar-fogo poderia ter evitado essas mortes.

Os protestos, que começaram ao longo do dia em várias partes do país, tiveram seu epicentro em Telavive. A manifestação na cidade contou com a presença de cerca de 300 mil pessoas, segundo o diário israelita Haaretz.

Os manifestantes bloquearam autoestradas nos arredores da cidade e criaram barricadas com pneus em chamas. Em Haifa, cidade portuária no norte de Israel, milhares de pessoas bloquearam entradas e agitaram a bandeira nacional.

O conflito em Gaza iniciou com um ataque sem precedentes do Hamas contra Israel no dia 7 de Outubro de 2023, que resultou na morte de 1.205 pessoas do lado israelita, na maioria civis, conforme levantamento da AFP baseado em dados oficiais.

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Os protestos estão previstos para continuar durante toda a semana. A maior organização sindical de Israel, a Histadrut, anunciou uma greve geral a partir de amanhã, segunda-feira, que incluirá o Aeroporto Internacional de Telavive.

Roni Ben Aharon, que participa das manifestações semanalmente desde 4 de Janeiro, destacou que a actual manifestação é pelo menos dez vezes maior do que as anteriores, observando uma mudança na composição dos participantes. Elisa, uma mulher idosa de origem argentina, também notou a presença significativa de jovens, algo menos comum nas manifestações habituais.

Entre os manifestantes, encontram-se grupos de adolescentes, estudantes universitários e até grupos de escuteiros, muitos dos quais preferem não falar com os meios de comunicação social. Elisa acredita que a falta de um acordo de cessar-fogo é a principal causa das mortes dos reféns e vê a presença de jovens como uma mudança notável em relação às manifestações semanais.

As negociações para um cessar-fogo entre Israel e o Hamas continuam sem uma solução clara. Muitos manifestantes consideram que as exigências do primeiro-ministro, incluindo o controle dos corredores de Filadélfia e Netzarim, são um obstáculo significativo para o retorno dos prisioneiros. Michal e Ofri, ambos na casa dos 30 anos, argumentam que a devolução dos prisioneiros deve ser priorizada em relação a uma “vitória total” em Gaza, como defendido por Netanyahu.