O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, viveu uma situação embaraçosa ao inaugurar, na sexta-feira, um campus universitário ainda inacabado em Osasco, São Paulo.
Durante a cerimónia de inauguração do novo campus da Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo), uma estudante questionou Lula sobre a conclusão da obra, causando desconforto ao presidente e sua comitiva.
“A obra não está concluída. O que está a ser inaugurado hoje é apenas metade da obra prevista”, afirmou Jamile Fernandes, aluna do terceiro ano de Direito. Ela destacou que várias partes essenciais do campus, como moradias estudantis, restaurantes e auditórios, ainda não foram finalizadas. Além disso, Jamile criticou a baixa representação de alunos negros na universidade, apontando que apenas 8% dos estudantes são negros, contrastando com o discurso de Lula sobre a inclusão de jovens negros no ensino superior público.
A cerimónia de inauguração, marcada por pompa e circunstância, foi alvo de críticas pela estudante, que não se deixou intimidar pelas reacções dos ministros e outros membros da comitiva presidencial. A situação gerou irritação em Lula, que preferiu não responder directamente à estudante.
Nas últimas semanas, Lula tem percorrido o Brasil inaugurando diversas obras, muitas delas ainda inacabadas, ao lado de aliados candidatos às eleições autárquicas de Outubro. Essas inaugurações têm sido vistas como uma estratégia para aumentar a popularidade do partido e dos candidatos apoiados por Lula.
Após o constrangimento, Fernando Haddad, actual ministro das Finanças e ex-ministro da Educação, respondeu directamente à estudante, afirmando que “uma universidade, aquela ou qualquer outra, está sempre inacabada, nunca está realmente pronta porque vai crescendo ano a ano”.
A inauguração do campus da Unifesp em Osasco, ainda que incompleta, simboliza um passo importante na expansão do ensino superior público na região, mas também ressalta os desafios e críticas enfrentados pelo governo na execução de obras públicas.