O Vaticano anunciou o arquivamento da investigação ao cardeal canadiano Gérald Cyprien Lacroix, um dos conselheiros mais próximos do Papa Francisco, que enfrentava acusações de agressão sexual a uma menor no Canadá.
Num comunicado, o Vaticano afirmou que “este relatório não identifica qualquer ato de má conduta ou abuso por parte do cardeal”, encerrando assim a investigação solicitada pelo Papa Francisco a um ex-juiz de Quebec.
A decisão do Vaticano não foi surpreendente para o advogado da alegada vítima, Alain Arsenault, que destacou que “isso não é de forma alguma sinónimo de um sistema de justiça independente”.
Gérald Cyprien Lacroix, de 66 anos, enfrenta acusações no âmbito de uma ação colectiva envolvendo mais de uma centena de membros da diocese de Quebec. O cardeal é acusado de ter tocado numa menor de 17 anos entre 1987 e 1988.
O Papa Francisco solicitou a investigação em Fevereiro, algo inédito no Vaticano, que nunca confiou a um leigo uma investigação envolvendo um cardeal.
Apesar de alegar inocência, o cardeal Lacroix permanecerá nos bastidores durante algum tempo “para promover uma solução da ação colectiva”, conforme indicado pela diocese de Quebec.
Desde a eleição do Papa Francisco em 2013, vários cardeais estiveram envolvidos em acusações de agressão sexual, destacando-se o caso de Theodore McCarrick, ex-arcebispo de Washington, destituído pelo Vaticano em 2019 após ser considerado culpado de agressão sexual a pelo menos uma adolescente em 1974.