As suspeitas sobre a preparação do golpe de Estado em Kinshasa, na República Democrática do Congo (RDC), ocorrido em 19 de Maio e que resultou na morte do líder Cristian Malanga, alimentaram tensões entre Angola e a RDC.
Segundo a imprensa local, a conspiração por trás da tentativa de golpe, que resultou na morte de Malanga após invadir o Palácio da Nação, teria sido planeada em território angolano. Uma semana após o incidente, meios de comunicação na RDC relataram que Malanga teria organizado o golpe enquanto estava em Angola.
Relatos sugerem que Malanga recrutou congoleses em Angola e estabeleceu contacto com um coronel das Forças Armadas Angolanas, conhecido como Afonso Lourenço. Essas acusações levantaram preocupações sobre as relações diplomáticas entre os dois países, considerando especialmente o papel de Angola como mediador na região.
Peter Kazadi, vice-primeiro-ministro responsável pelo Ministério do Interior e Segurança, afirmou que os golpistas que atacaram a residência de Vital Kamerhe e o palácio presidencial vieram de Angola, com a ajuda de cúmplices locais na RDC.
José Gama, jornalista angolano residente na África do Sul, destacou que há um forte sentimento na RDC de que Angola pode ter facilitado a movimentação de Malanga, possivelmente abrindo suas fronteiras para a execução das operações.
As reacções ao caso têm sido intensas e diversas. Nkinkinamo Tussamba, professor de relações internacionais, descreve a situação como alarmante e destaca a necessidade de um posicionamento oficial do governo da RDC. Até agora, o governo não indicou envolvimento do governo angolano na tentativa de golpe.
Tussamba expressou dificuldades em imaginar o governo angolano perpetuando tal tentativa, dada sua importância na resolução de conflitos na região.