Destaque Assoumani reeleito Presidente apesar das acusações de fraude

Assoumani reeleito Presidente apesar das acusações de fraude

O atual presidente das Ilhas Comores, Azali Assoumani, conquistou a vitória nas eleições de 14 de janeiro com 62,97% dos votos, segundo anunciou uma fonte oficial.

Essa vitória ocorreu apesar das denúncias de fraude e irregularidades por parte dos cinco candidatos da oposição que concorreram.

Os resultados provisórios, divulgados pela Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), indicam a vitória de Assoumani na primeira volta. Para formalizar a sua vitória, os resultados devem ser confirmados pelo Supremo Tribunal, garantindo-lhe assim um quarto mandato de cinco anos e o terceiro consecutivo à frente do país.

Coronel na reserva, com 65 anos, Assoumani, membro do partido Convenção para a Renovação das Comores (CRC), ascendeu ao poder pela primeira vez em 1999, liderando um golpe de Estado que depôs o então Presidente Tadjidine Ben Said Massounde.

O segundo lugar ficou com o antigo ministro do Interior, Salim Issa Abdillah, do principal partido da oposição, Juwa, que obteve 20,26% dos votos. Em terceiro lugar ficou Daoudou Abdallah Mohamed, do partido Laranja, com 5,88%.

Apesar da CENI relatar uma afluência superior a 60% e destacar a atmosfera “pacífica e serena” da votação, os candidatos da oposição denunciaram fraudes e irregularidades, incluindo o “enchimento de urnas”.

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Os resultados finais e o vencedor serão oficialmente anunciados em 30 de janeiro pelo Supremo Tribunal das Comores, após um período em que os candidatos podem apresentar recursos.

O pequeno Estado insular realizou estas eleições presidenciais, sendo a sexta desde 2001, quando os acordos de Fomboni foram assinados, encerrando a crise separatista e iniciando um sistema de governo rotativo entre as três ilhas do arquipélago: Grande Comore, Mohéli e Anjouan.

Estes acordos, consagrados na Constituição de 2001, estipulavam que a Presidência deveria alternar entre as três ilhas após cada mandato para trazer estabilidade ao país, que enfrentou vários golpes de Estado bem-sucedidos e falhados desde a independência de França em 1975.

Contudo, em julho de 2018, uma alteração constitucional permitiu a reeleição do Presidente, possibilitando a Assoumani concorrer nas eleições de 2019, nas quais venceu na primeira volta com 60,77% dos votos, e novamente nas eleições de domingo.

Apesar das críticas da oposição à reforma constitucional, que pediu uma nova alteração ou a elaboração de uma nova Constituição, os partidos opositores chegaram divididos a estas eleições. Antes da votação, uma parte da oposição apelou ao boicote, denunciando a falta de transparência no processo eleitoral.