O debate da investidura de Pedro Sánchez durou dois dias e terminou com a reeleição do líder socialista – apesar das contestações – por 179 votos no Congresso dos Deputados, conferindo-lhe maioria absoluta através de acordos parlamentares.
O líder do PSOE conseguiu. Após quatro meses de um Governo em gestão, depois de umas eleições antecipadas falhadas para o PP e Vox – que, mesmo tendo vencido, não alcançaram maioria – Espanha tem novamente um chefe de Executivo, o mesmo dos últimos anos: Pedro Sánchez.
No entanto, o debate da investidura durou dois dias, entre quarta e quinta-feira, e, após todos terem expressado os seus desejos e desagrados a respeito do futuro governo espanhol, a votação foi feita.
Com alguns meses de negociação, com os galegos, os catalães e os bascos, o PSOE garante, de novo, juntamente com o Sumar, a chefia do Governo. Os acordos parlamentares levam a que Sánchez alcance uma maioria absoluta – com 179 votos em 350 no Congresso – para ser eleito primeiro-ministro.
Mas esta reeleição não acontece sem entraves. Para a ter concretizado, Sánchez acordou com os dois partidos catalães, o Juntos por Catalunha e Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) que iria conferir amnistia aos que estiveram envolvidos na tentativa de independência da Catalunha em 2017, algo que tem levado milhares de espanhóis para a rua protestar.
Contudo, a candidatura de Sanchez obteve 179 votos a favor e 171 contra, sem abstenções. Os “nãos” vieram do conservador Partido Popular, do Vox, de extrema-direita, e da União Popular do único legislador de Navarra.
Com isto, no debate desta quinta-feira, os independentistas fizeram questão de frisar que eles foram o bloqueio que impediu partidos radicais de chegar ao poder e que deveria ser relembrado no futuro.