Os atores de Hollywood entram no último dia de negociações entre seu sindicato e os estúdios com a possibilidade de entrar em greve o verão americano, uma temporada importante para a indústria com as estreias de filmes de grande sucesso.
Com 160 mil membros, o Sindicato dos Atores (SAG-AFTRA) disse em comunicado na noite de terça-feira (11) que “não confia que os empresários tenham intenção de negociar um acordo”. Em junho, a organização já votou e aprovou a realização de uma greve em caso de necessidade.
Se as partes não chegarem a um acordo antes do prazo, os atores se unirão aos roteiristas, que estão paralisados desde o começo de maio.
“Eles (os estúdios) sabem o que nossos membros precisam e quando trouxerem isto à mesa, nós os ouviremos, mas é importante que saibam que o tempo está se esgotando”, acrescentou o sindicato.
O SAG prorrogou seu contrato coletivo, em um acordo com os estúdios, até meia-noite desta quarta-feira em Los Angeles.
As negociações se concentram em melhores salários e outros benefícios, além de definir o uso da inteligência artificial na produção de filmes e programas de televisão, para garantir que suas imagens digitais não sejam recriadas sem autorização.
Uma greve dupla, algo que não se vê em Hollywood há mais de 60 anos, poderia paralisar quase toda a produção cinematográfica e televisiva nos Estados Unidos.
Em um momento em que a indústria tenta ainda se recuperar dos anos difíceis da pandemia, a paralisação pode impedir que as estrelas promovam alguns dos lançamentos de verão altamente aguardados, como “Oppenheimer”, de Christopher Nolan, que tem sua pré-estreia nos Estados Unidos programada para a próxima segunda-feira (17).
A Comic-Con San Diego, grande evento da cultura pop que acontece nos Estados Unidos a partir do dia 20, também pode ficar sem estrelas, enquanto o evento com tapete vermelho marcado para o fim de semana na Disneylândia para lançar o novo filme “Mansão Mal-Assombrada” pode ser reduzido a um “ato privado com os fãs”.
A preocupação em Hollywood é tanta que poderosos executivos de agências procuraram os líderes do sindicato para ajudar nas negociações.